Ao deixarmos o mês vocacional
adentramos o mês da bíblia, uma oportunidade ímpar para pensarmos o chamado que
nos foi feito e o alimento que nos é concedido para que possamos manter firmeza
no discipulado e, consequentemente, assíduos na missão.
Um tema não ignora o outro, mas
favorece, pois, o mesmo Senhor que nos chamou, continua a nos falar ao coração,
expressando sua via de amor. A Sagrada Escritura nos apresenta a História da
Salvação e nos ajuda a rezar nossa vida à luz da participação nesse mistério de
amor, favorecendo-nos um encontro com o Deus da vida, com a vida de Deus. O
encontro com o Senhor é o fio condutor que nos favorece a maturidade na fé e a
prática da mesma numa comunidade de irmãos.
Diz-nos o Documento de Aparecida
nos diz: “Encontramos Jesus na Sagrada Escritura, lida na Igreja. A Sagrada
Escritura, ‘Palavra de Deus escrita por inspiração do Espírito Santo’, é, com a
Tradição, fonte de vida para a Igreja e alma de sua ação evangelizadora.
Desconhecer a Escritura é desconhecer Jesus Cristo e renunciar a anunciá-lo...
É preciso fundamentar nosso compromisso missionário e toda nossa vida na rocha
da Palavra de Deus” (DA 247).
Nesse aspecto, desde algumas
décadas, tornou-se tradição, na Igreja no Brasil, ser o mês de setembro
dedicação à espiritualidade, à oração, ao incentivo da Leitura Orante da Bíblia. Assim, o Mês da Bíblia, criado em 1971
com a finalidade de instruir os fiéis sobre a Palavra de Deus e a difusão da
Bíblia, também foi fundamental para aproximar a Bíblia do povo de Deus.
Propondo um livro – ou parte dele – para ser estudado e refletido a cada ano, o
Mês da Bíblia tem contribuído eficazmente para o crescimento da animação
bíblica de toda pastoral.
Fixando nosso olhar na esteira
desse pensamento, bem nos diz e nos aponta um dos mais estudiosos da Bíblia, o
biblista e frei carmelita Carlos Mesters: “Ao ler a Bíblia, o povo das
Comunidades traz consigo a sua própria história e tem nos olhos os problemas
que vêm da realidade dura da sua vida. A Bíblia aparece como um espelho,
‘símbolo’ (Hb 9,9; 11,19), daquilo que ele mesmo vive. Estabelece-se uma
ligação profunda entre Bíblia e vida que, às vezes, pode dar a impressão de um
concordismo superficial. Na realidade, é uma leitura de fé muito semelhante à
que faziam as primeiras comunidades (cf. At 1,16-20; 2,29-35; 4,24-31) e os
Santos Padres”. E continua: “É nela que penduramos todo o nosso trabalho”.
Para este ano, o tema do Mês da
Bíblia é “Discípulos Missionários a partir do Evangelho de Lucas”, e o lema
indicado pela Comissão Bíblico-Catequética da Conferência dos Bispos do Brasil
(CNBB) sublinha: “Alegrai-vos comigo, encontrei o que estava perdido” (Lc 15)
O aprofundamento do Evangelho de
Lucas, do Ano C, lido na liturgia dominical, nos motiva para vivenciar com
intensidade o mês da Bíblia e nos direciona com fecundidade no ensinamento de
quem almeja se tornar verdadeiramente um discípulo missionário
O tema escolhido releva ainda os
cinco aspectos fundamentais do processo do discipulado: o encontro com Jesus
Cristo, a conversão, o seguimento, a comunhão fraterna e a missão propriamente
dita.
Outro texto de aprofundamento sobre o Evangelho Segundo São Lucas está no link abaixo: