30 de setembro de 2013

Com o DNJ encerra-se o Ano com a Juventude

DIA NACIONAL DA JUVENTUDE 
 

         No dia 20 de outubro acontece em Foz do Iguaçu na Paróquia Nossa Senhora da luz, Vila C,  o Dia Nacional da Juventude(DNJ). Este dia é celebrado em nossa diocese a 28 anos com o objetivo de reunir motivar e fazer com que os jovens mostrem o seu rosto jovem, mas, também crie consciência sobre questões sociais e os motive a serem protagonistas de uma nova sociedade.
         Neste ano o DNJ tem como tema: “Juventude e missão”. E como lema: “Jovem levante-se, seja fermento”  (Cf Jr 1,17b). O DNJ deste ano é uma oportunidade para fortalecer os processos de acompanhamento dos jovens e não deixar que desanimem após toda a motivação que a Jornada Mundial da Juventude trouxe, desafiando toda Igreja Jovem do Brasil a assumir o compromisso celebrado na JMJ. O DNJ segue uma tradição semelhante à da Campanha da Fraternidade, acentuando a dimensão social da fé, enfocando os problemas que afligem a juventude.
         No Novo Testamento há dois modelos missionários que se complementam. No primeiro modelo, apresentado em Mt 28,16-20, Jesus envia seus apóstolos para fortalecer a consciência missionária, saindo ao encontro daqueles que não crêem em Cristo. No segundo modelo – Lc 4,16-21 –, na sinagoga, Jesus fala da necessidade de responder adequadamente aos grandes problemas da sociedade na qual está inserido. O desafio é de trabalhar os dois modelos de maneira que se completem, evitando assim os reducionismos.
         Com este dia de celebração queremos encerrar o Ano da Juventude que iniciou na 5ª Romaria Vocacional e teve como momentos marcantes a Visita da réplica da cruz peregrina, a presença da juventude e a junção das réplicas na 7ª Romaria Diocesana, na Catedral diocesana, passagem da Cruz Peregrina da JMJ e do Ícone de Nossa Senhora, a Campanha da Fraternidade 2013, Semana Missionária, Jornada Mundial da Juventude e o encerramento com a celebração diocesana do DNJ. Essas atividades foram um impulso para a caminhada das Pastorais e movimentos que trabalham com os jovens na nossa Diocese.
        

Local: Centro de Convivência Arnaldo Isidoro de Lima (R.: Rua D sem numero, Bairro Vila C Velha, Vila C – Foz do Iguaçu). Organize sua caravana e venha participar.


Programação:

08:15h: Chegada Café da manha, Acolhida.
09:00h: Missa de abertura.
10:15h: Após a missa apresentações.
12:00h: Almoço: Carreteiro. 10,00 R$ por pessoa, (fazer reserva até dia 15de outubro pelo fone 045 3575 3014).
13:00h: Apresentações.
16:00h: Encerramento.

25 de setembro de 2013

DNJ - Dia Nacional da Juventude 2013 - Diocese de Foz do Iguaçu

DIA NACIONAL DA JUVENTUDE 2013

TEMA: “Juventude e Missão”
LEMA: “Jovem: levante-se, seja fermento!”
INSPIRAÇÃO BÍBLICA: "Quanto a você, arregace suas mangas, levante-se e diga a eles tudo o que eu mandar. Não tenha medo! (Cf Jr 1,17)

DIA: 20 de outubro de 2013
LOCAL:  Paróquia N. Sra. da Luz - Vila C - Foz do Iguaçu 



PROGRAMAÇÃO
8:00h – Chegada
8:30h – Abertura e acolhida
9:00h – Celebração da Eucaristia
10:00h – Animação e Reflexão
12:00h – Intervalo de Almoço
13:00h – Apresentações culturais
15:00h – Envio


Informações: http://www.dnjfoz.blogspot.com.br/

Realização: Comissão para a Juventude da Diocese de Foz do Iguaçu 


MOTIVAÇÕES PARA DNJ 2013

2013 está sendo um ano privilegiado e único para nossa juventude. A Campanha da Fraternidade (CF), com o tema “Fraternidade e Juventude” e o lema “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8), convida todas as pastorais, os movimentos, as congregações e as novas comunidades das Igrejas locais a refletirem sobre o seu papel no acompanhamento dos jovens. A responsabilidade pela evangelização da juventude não é apenas de uma pessoa, um assessor adulto, um coordenador jovem, um catequista, mas sim de toda a comunidade.

Não podemos mais ficar nas arquibancadas criticando as poucas pessoas que estão assumindo o ministério de assessoria dos jovens. Temos todos (toda a Igreja) que “vestir a camisa, entrar em campo e jogar juntos”.
O Documento de Puebla apresenta duas prioridades – duas opções preferenciais – para Igreja da América Latina: os jovens e os pobres. A juventude é um grupo social de grandes potencialidades para a renovação da sociedade e da Igreja. Há alguns anos, celebramos a alegria de contemplarmos todas as forças vivas que trabalham com a Evangelização dos jovens, buscando trabalhar em comunhão: PJs, Movimentos Juvenis, Novas  Comunidades, Congregações Religiosas, Pastoral Vocacional, Catequese e outras instâncias têm buscado criar o Setor Juventude nas diversas Igrejas Locais. As metodologias e as espiritualidades podem ser diferentes, mas a visão é comum!
Esta visão está melhor explicitada no Documento 85 da CNBB, intitulado “Evangelização da Juventude, Desafios e Perspectivas Pastorais”.
A Jornada Mundial da Juventude, ocorrida no Rio de Janeiro, congregou milhares de jovens de quase todos os cantos do Brasil e de inúmeros países do mundo. Seu tema “Ide e fazei discípulos entre todas as nações” (Mt 28,19) provocou a juventude brasileira a refletir sobre seu comprometimento missionário. Uma semana antes ocorreu em todas as Igrejas Locais do Brasil a “Semana Missionária” que ofereceu a oportunidade de apresentar nossa fé àqueles que estão afastados e, em algumas dioceses, partilhar nossa vivência cristã com jovens de outros países, sob a orientação de três eixos: experiência de solidariedade, experiência de fé e experiência cultural. Por ser em nível local, os jovens se mobilizaram para assumir sua missão de serem os apóstolos privilegiados de outros jovens, em especial com os estrangeiros, promovendo a fraternidade universal. “Portanto, não há diferença entre judeu e grego: todos têm o mesmo o Senhor, que é generoso para com todos os que o invocam” (Rm 10,12).
A CNBB deixa claro que a Jornada é um evento importante no processo de evangelização da juventude, mas não é o ponto de chegada. O grande desafio é o fortalecimento do processo de acompanhamento sistemático dos grupos e das equipes de coordenação para que haja garantia de continuidade, a fim de que os jovens possam se comprometer com a Pessoa e o projeto de Jesus.
No mês de outubro, os jovens brasileiros são convocados a realizar o Dia Nacional da Juventude (DNJ) com o tema “Juventude e Missão” e o lema “Jovem: levante-se, seja fermento!”. Este subsídio inspira-se na proposta missionária apresentada pelo Documento de Aparecida. O cartaz e os subsídios foram publicados antecipadamente para facilitar o trabalho de motivação e de organização da campanha.
Além disso, neste ano, a Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude retoma a parceria com as Pontifícias Obras Missionárias (POM) para a realização do DNJ. Esta é uma boa notícia e uma retomada histórica, pois nas primeiras edições do evento já era assim, o que influenciou inclusive na decisão de se celebrar o Dia Nacional em outubro (mês dedicado às missões).
O DNJ deste ano é uma oportunidade para fortalecer os processos de acompanhamento dos jovens e não deixar as coisas desanimarem com o encerramento da Jornada Mundial da Juventude, desafiando toda a Igreja Jovem do Brasil a assumir o compromisso missionário celebrado na JMJ.
O DNJ segue uma tradição semelhante à da Campanha da Fraternidade, acentuando a dimensão social da fé, enfocando os problemas que afligem a juventude. A escolha do tema “Juventude e Missão” não contradiz esta tradição.
No Novo Testamento há dois modelos missionários que se complementam. No primeiro modelo, apresentado em Mt 28,16-20, Jesus envia seus apóstolos para fortalecer a consciência missionária, saindo ao encontro daqueles que não creem em Cristo. No segundo modelo, de Lc 4,16-21, na sinagoga, Jesus fala da necessidade de responder adequadamente aos grandes problemas da sociedade na qual se está inserido. O desafio é de trabalhar os dois modelos de maneira que se complementem, evitando assim os reducionismos.
Feliz DNJ para todos e todas que são jovens e que acreditam na juventude de nosso país!

22 de setembro de 2013

Trabalho significa dignidade. Que o dinheiro não seja ídolo, afirma papa Francisco

Cagliari (RV) – Desempregados, precários, trabalhadores que vivem com o seguro-desemprego: a visita do Papa a Cagliari, na ilha da Sardenha, neste domingo, começou com o encontro com uma das categorias que mais sofre com a crise europeia.
“É uma realidade que conheço bem pela experiência que tive na Argentina”, disse o Papa, que narrou a migração de seu pai, que foi para a Argentina com a ilusão de “fazer a América” e sofreu a terrível crise dos anos 30. Conheço isso muito bem! Mas devo dizer-lhes: “Coragem!”. Para que não seja uma palavra de circunstância, Francisco pediu solidariedade e inteligência para enfrentar este “desafio histórico”.
O Santo Padre afirmou que o sofrimento que encontrou na Sardenha foi o mesmo da primeira cidade que visitou na Itália, também ela uma ilha, a de Lampedusa. “A falta de emprego é um sofrimento que leva – desculpem-se se sou um pouco forte, mas é a verdade – a sentir-se sem dignidade! Onde não há trabalho, não há dignidade! E este não é um problema só da Sardenha, só da Itália ou de alguns países da Europa, é a consequência de uma escolha mundial, de um sistema econômico que leva a esta tragédia; um sistema econômico que tem no centro um ídolo, que se chama dinheiro.”
Deus, explicou o Pontífice, quis que no centro no mundo não estivesse um ídolo, mas o homem e a mulher, que levam avante, com o próprio trabalho, o mundo. “Trabalho significa dignidade, trabalho significa levar o pão para casa, trabalho significa amar!”
Por isso, encorajou o Papa, “não deixem roubar a esperança! Mas devemos ser astutos, porque o Senhor nos diz que os ídolos são mais espertos do que nós. O Senhor nos convida a ter a astúcia da serpente com a bondade da pomba. Tenhamos esta astúcia e digamos as coisas com o seu próprio nome. Devemos lutar juntos para que no centro, pelo menos da nossa vida, estejam o homem e a mulher, a família, todos nós, para que a esperança continue... Não deixem roubar a esperança!”.
A Diocese de Cagliari, na ilha italiana da Sardenha, é uma região eclesiástica com 622 paróquias e 1048 sacerdotes ao seu serviço entre clero secular e regular.
O Santo Padre comunicou sua intenção de ir a Cagliari na Audiência Geral do dia 15 de maio, em que explicou a relação de fraternidade entre o Santuário de Nossa Senhora de Bonária e a sua cidade de Buenos Aires, que deste tomou o nome ao momento da fundação da cidade.
Antes do Papa Francisco, outros três Pontífices visitaram a Sardenha e o Santuário: Paulo VI em 1970, João Paulo II em 1985 e Bento XVI em 2008.
A história da devoção a Nossa Senhora neste local está relacionada com uma imagem de Maria com o Menino Jesus no seu colo que foi recolhida por alguns frades na zona de Bonaria (que significa bom ar). Esta encontrava-se dentro de uma caixa que fazia parte da mercadoria de um navio proveniente da Catalunha no ano 1370 e que foi atirada ao mar devido a uma grande tempestade.
Segundo o relato da época, quando esta caixa com a imagem de Nossa Senhora caiu no mar, a tempestade amainou. A devoção por esta imagem rapidamente se difundiu por toda a Sardenha, especialmente entre os marinheiros. O Santuário de Nossa Senhora de Bonária é constituído por uma pequena igreja do século XIV, tendo sido erigida a seu lado uma Basílica datada de 1704, que passou a ser Pontifícia em 1926 por decisão do Papa Pio XI.

20 de setembro de 2013

Fotos da bela celebração de acolhida e posse na Par. N. Sra. Aparecida

Fotos da Posse do Pároco Pe. Fabio Augusto Welter
Dia 15 de setembro de 2013

http://paroquiaaparecida-diamante.blogspot.com.br/p/fotos.html

Conversa do papa com sacedotes

Papa Francisco encontra o clero de Roma:
"Ouso dizer: a Igreja nunca esteve tão bem como hoje"

Cidade do Vaticano (RV) – “Mesmo agora que sou Papa me sinto ainda um sacerdote”. Esta é uma das passagens chaves do diálogo que o Papa Francisco teve, na manhã desta segunda-feira, com os sacerdotes da Diocese de Roma, a sua Diocese, reunidos na Basílica São João de Latrão. A acolher o Papa, 20 minutos antes do previsto, foi o Cardeal Vigário Agostino Vallini, que na sua saudação comentou que este encontro foi programado pelo novo Bispo de Roma, logo após ter sido eleito.
“O que é o cansaço para um Sacerdote, para um Bispo e mesmo para o Bispo de Roma?”
O Papa Francisco desenvolveu o seu pronunciamento introdutivo, detendo-se neste questionamento. E confiou que a inspiração lhe veio após ler a carta enviada por um sacerdote idoso, que justamente lhe falava sobre este cansaço, um “cansaço no coração”. “Existe – disse o Papa – um cansaço do trabalho e isto todos conhecemos. Chegamos de noite, cansados de trabalhar e passamos diante do Tabernáculo para saudar o Senhor. Sempre – advertiu – é necessário passar pelo Tabernáculo”:
“Quando um sacerdote está em contato com o seu povo, se cansa. Quando um padre não está em contato com o seu povo, se cansa, mas mal e para dormir deve tomar um comprimido, não? Ao invés disso, aquele que está em contato com o povo – que de fato o povo tem tantas exigências, tantas exigências! Mas são as exigências de Deus, não? – este cansa realmente e não tem necessidade de tomar comprimidos”.
Existe, porém, um “cansaço final” – prosseguiu Francisco – que se vê antes do “crespúsculo da vida” onde “existe a luz escura e o escuro um pouco luminoso”. É “um cansaço que vem no momento em que deveria existir o triunfo”, mas ao invés disto “vem este cansaço”. Isto – afirmou – acontece quando “o sacerdote se questiona sobre sua existência, olha para trás, ao caminho percorrido e pensa nas renúncias, aos filhos que não teve e se pergunta se não errou, se a sua vida “falhou”. É justamente sobre o “cansaço do coração” de que o sacerdote escrevia na carta.
O Papa citou então, o cansaço em tantas figuras bíblicas, de Elias a Moisés, de Jeremias até João Batista. Este último, afirmou, na “escuridão da prisão” vive o “escuro de sua alma” e manda os seus discípulos perguntarem a Jesus se Ele é realmente aquele que estão esperando. O que pode fazer então um sacerdote que vive a experiência de João Batista? Rezar, “até dormir diante do Tabernáculo, mas estar ali”. E depois “procurar a proximidade com os outros padres, e sobretudo, com os bispos”:
“Nós, Bispos, devemos ser próximos aos sacerdotes, devemos ser caridosos com o próximo e os mais próximos são os sacerdotes. Os mais próximos do Bispo são os sacerdotes. (aplausos). Vale também o contrário, eh! (risos e aplausos): o mais próximo dos padres deve ser o bispo, o mais próximo. A caridade para com o próximo, o mais próximo é o meu bispo. O Bispo diz: os mais próximos são os meus padres. É bonita esta troca, não? Isto, acredito, é o momento mais importante da proximidade, entre o bispo e os sacerdotes: este momento sem palavras, porque não existem palavras para este cansaço”.
A partir deste ponto, iniciou-se o diálogo do Papa Francisco com os sacerdotes, aos quais pediu para sentirem-se livres para perguntar qualquer coisa. Respondendo à primeira pergunta, o Papa Francisco disse que no serviço pastoral, não deve se “confundir a criatividade com fazer alguma coisa nova”. A criatividade – afirmou – “é buscar o caminho para que o Evangelho seja anunciado” e isto “não é fácil”. Criatividade “não é somente mudar as coisas”. É uma outra coisa, vem do Espírito e se faz com a oração e se faz falando com os fiéis, com as pessoas. O Papa, então, recordou uma experiência vivida quando era Arcebispo de Buenos Aires. Com um sacerdote, disse, procurava entender como tornar a sua igreja mais acolhedora:
“Ah, se passa tanta gente aqui, talvez seria bonito que a igreja ficasse aberta durante todo o dia...Boa idéia! Também seria bonito que tivesse sempre um confessor à disposição, alí...Boa idéia! E assim foi”.
Esta – acrescentou – é uma ‘corajosa criatividade’. Também em relação aos cursos em preparação ao Batismo “é necessário superar o obstáculo dos pais e das mães que trabalham toda a semana e no domingo gostariam de repousar”. Então, é necessário “buscar novos caminhos”, como uma “missão no bairro” promovida pelos leigos. E esta é a “conversão pastoral”. A Igreja, “também o Código de Direito canônico nos dá tantas, tantas possibilidades, tanta liberdade para buscarmos estas coisas”. É necessário – destacou – procurar os momentos de acolhida, quando os fiéis devem ir à paróquia por um motivo ou outro. E criticou severamente quem, numa paróquia, está mais preocupado em pedir dinheiro por um certificado que pelo Sacramento e assim “afastam as pessoas”. É necessário, ao invés disto, “a acolhida cordial”: “que aquele que venha à igreja se sinta como na sua casa. Se sinta bem. Que não se sinta explorado”:
“Um sacerdote, uma vez – não da minha Diocese, de uma outra -, me dizia: ‘Mas, eu não faço pagar nada, nem mesmo as intenções da Missa. Tenho alí uma caixa e eles deixam aquilo que querem. Mas Padre: tenho quase o dobro do que tinha anteriormente. Porque as pessoas são generosas, e Deus abençoa estas coisas’.
“Se, ao invés disto, a pessoa vê que existe um interesse econômico, então se afasta”, observou Francisco. O Papa então, respondeu a quem lhe perguntava como ele se define agora, visto que, como Arcebispo de Buenos Aires, gostava definir-se simplesmente como ‘sacerdote’:
“Mas, eu me sinto padre, é sério. Eu me sinto padre, sacerdote, é verdade, bispo...Me sinto assim, não? E agradeço ao Senhor por isto. (aplausos) Teria medo de sentir-me um pouco mais importante, não? Isto sim, tenho medo disto, pois o diabo é esperto, eh!, é esperto e te faz sentir que agora tu tem poder, que tu pode fazer isto, que tu podes fazer quilo...mas sempre girando, girando em volta, como um leão – assim diz São Pedro, não! Mas graças a Deus, isto não perdi, ainda, não? E se vocês virem que eu perdi isto, por favor, me digam e se não puderem me dizer privadamente, digam publicamente, mas digam: ‘Olha, converta-te!’, porque está claro, não?” (aplausos)
Após, o Santo Padre falou sobre os sacerdotes misericordiosos. Um padre enamorado – disse – deve sempre recordar-se do primeiro amor, de Jesus, “retornar àquela fidelidade que permanece sempre e nos espera”. Para mim, isto é “o ponto-chave de um sacerdote enamorado: que tenha a capacidade de voltar à recordação do primeiro amor”. E acrescentou: “uma Igreja que perde a memória, é uma Igreja eletrônica: não tem vida”. Assim, é necessário guardar-se dos padres rigorosos e negligentes. O sacerdote misericordioso – afirmou – é aquele que diz a verdade mas acrescenta: “Não te apavores, o Deus bom te espera, Caminhemos juntos”. A isto acrescentou: “devemos tê-lo sempre sob os olhos: acompanhar. Ser companheiros de caminho”. “A conversão sempre se faz assim – disse – a caminho e não no laboratório”.
“A verdade de Deus é esta verdade, digamos assim dogmática, para dizer uma palavra, ou moral, mas acompanhada do amor e da paciência de Deus, sempre assim”.
“Na Igreja – acrescentou - existem certos escândalos mas também tanta santidade e esta é maior. E existe também esta “santidade cotidiana”, escondida, “aquela santidade de tantas mães e de tantas mulheres, de tantos homens que trabalham todo o dia pela família”. Palavras estas acompanhadas de um encorajadora convicção: “Eu ouso dizer que a Igreja nunca esteve tão bem como hoje. A Igreja não cai: estou seguro disto, estou seguro!”
O Papa então, voltou ao tema das periferias existenciais, retomando as suas palavra sobre “conventos vazios” e a generosidade para com os mais necessitados. Por fim, refletiu sobre o tema da família, e em particular, sobre a delicada questão da nulidade dos matrimônios e sobre as segundas uniões. "Um problema – recordou – que Bento XVI tinha no seu coração". “O problema não pode ser reduzido à questão do fazer a comunhão ou não - afirmou - porque quem coloca o problema somente nestes termos não entende qual é o verdadeiro problema”.
“É um problema grave – observou - de responsabilidade da Igreja em relação às famílias que vivem esta situação”. A Igreja – afirmou ainda – neste momento deve fazer alguma coisa para resolver os problemas das nulidades matrimoniais. Um tema sobre o qual falará com o grupo dos 8 Cardeais que se reunirão nos primeiros dias de outubro, no Vaticano. E será tratado também no próximo Sínodo dos Bispos, pois é uma verdadeira "periferia existencial”.
Por fim, o Papa Francisco recordou que no próximo 21 de setembro recorre o 60º aniversário de sua vocação ao sacerdócio. (JE)

15 de setembro de 2013

Celebração de posse na Paróquia N. Sra. Aparecida

Caros amigos e amigas!
Hoje foi um dia especial! Mais um passo que sou  chamado a dar como sacerdote! Estar em meio a uma comunidade paroquial com a responsabilidade de conduzi-la a encontrar-se com Cristo Jesus, centro e razão de nossa fé!
Agradeço a todos que fizeram parte deste dia e a todos que rezaram e continuam a rezar para que possamos juntos, como comunidade fé, viver verdadeiramente como Igreja de Jesus Cristo!
Que N. Sra. Aparecida interceda a Deus por todos nós!
 









 


Mais fotos em:
https://www.facebook.com/pefabiowelter/media_set?set=a.4943893975119.1073741830.1831839268&type=1

 
 
 
 

14 de setembro de 2013

História Vocacional do Pe. Fabio Augusto Welter





 
Cada cristão é chamado a viver a santidade, demonstrando a adesão a Jesus Cristo com uma vida, dom de Deus, perpassada pela graça de Deus. É assim que nasci: o primeiro filho do casal Mario e Therezinha Fank Welter, residentes na comunidade São José do Ocoí (São Miguel do Iguaçu), no dia 05 de março de 1980.
Meus pais são originários do Rio Grande do Sul e vieram, juntamente com suas famílias, ainda novos, para o Paraná, instalando-se na região de São Miguel do Iguaçu. Ali desenvolveram-se e, posteriormente, se conheceram, namoraram, se casaram e tiveram filhos. Sou o primeiro dos 5 filhos de Mario e Therezinha.
Em junho de 1981 a família, já com a presença do Cleiton, precisou mudar-se em função do alagamento de Itaipu e passou a residir na comunidade Rio Javali, no município de Medianeira. Hoje a família é maior: além do Cleiton, chegaram a Eliz, o Édio e o Diego.
            Já desde novo ajudava e participava na comunidade. Com 11 anos, quando ia na 5ª série, já assumi um compromisso numa equipe litúrgica. Após a 1ª eucaristia fui convidado a assumir a coordenação do grupo de adolescentes, colaborando na manutenção e fortalecimento do mesmo.
De 1987 a 1990 cursei o ensino fundamental na Escola municipal Mario Augusto Teixeira, na comunidade do Rio Javali mesmo. Em 1991 iniciei a 5ª série no colégio Estadual Marechal Arthur da Costa e Silva, concluindo a 8ª série no ano de 1994.
Foi nesse período que fui percebendo o despontar da vocação ao sacerdócio. Fui percebendo o chamado de Deus para uma vida de especial consagração observando a vivência comunitária e cristã de nossa família, no exemplo e dedicação dos pais – Mario e Therezinha – e fui sentindo-me atraído pelas celebrações litúrgicas e pelo trabalho na comunidade.
Em novembro de 1993, quando uma equipe de animação vocacional visitava a nossa comunidade em preparação aos votos perpétuos da Ir. Nilva Moro, minha mãe conversou com o Pe. Derli, que logo após a celebração nos fez uma visita. No dia 04 de março do ano seguinte, à noite, enquanto estava me lavando, após um dia de trabalho, o Pe. Derli chegou lá em casa convidando-me a participar do 1º estágio vocacional, já no dia seguinte. Que presente de aniversário, hein!!!
Durante o ano de 1994 participei dos estágios vocacionais no Seminário menor N. Sra. Medianeira, no qual ingressei no dia 12 de fevereiro de 1995, para cursar o Ensino Médio no Colégio estadual João Manoel Mondrone no período de 1995 a 1997.
Aprovado no vestibular, fui para Toledo cursar a Filosofia na Unioeste, no período de 1998 a 2000, residindo no seminário Maria Mãe da Igreja. Após concluir o curso de Filosofia fiz uma experiência de estágio no seminário menor N. Sra. Medianeira no ano de 2001.
No ano de 2002 iniciei o curso de Teologia no CINTEC (Centro Interdiocesano de Teologia de Cascavel) residindo no seminário N. Sra. de Guadalupe em Cascavel. Nesse período de Teologia realizei o estágio pastoral na paróquia N. Sra. Medianeira (2002-2003), na Paróquia São Pedro, Três Lagoas (2004) e na paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro, Vila Yolanda (2005).
Terminada a Teologia foi conduzido por D. Laurindo para desenvolver seu trabalho Pastoral na Paróquia N. Sra. Medianeira de Todas as Graças, em Medianeira, período durante o qual também preparou sua ordenação.
A Ordenação diaconal aconteceu no dia 25 de fevereiro de 2006, às 16h na Paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro, Vila Yolanda, Foz do Iguaçu. Continuei residindo na paróquia N. Sra. Medianeira, onde desempenho o meu ministério diaconal em comunhão com o Pároco Pe. Agostinho Gatelli e Pe. Sergio Bertotti.
No dia 29 de julho de 2006 aconteceu a Ordenação Presbiteral, juntamente com seu amigo Pe. Edivaldo Donatto Bernardo, ambos com as famílias residentes na paróquia de Medianeira e por isso ordenados juntos na mesma celebração que contou com a presença dos bispos D. Laurindo e do Bispo Emérito D. Olívio (In memorian), 40 padres, 1 diácono e cerca 3000 mil fiéis que se apertaram na Matriz Nossa Senhora Medianeira para participar daquela celebração inédita na Diocese de Foz do Iguaçu – a ordenação de dois padres Diocesanos na mesma celebração.
Nesse tempo exercia a função de Assessor Diocesano da Pastoral Juventude, no período de 2006 e 2007.
Continuei, agora como vigário paroquial atendendo na paróquia de Medianeira até o final do ano de 2006 quando fui nomeado Reitor do Seminário Diocesano Nossa Senhora Medianeira, tomando posse no dia 09 de fevereiro de 2007. A partir do Seminário continuava a auxiliar nos trabalhos paroquiais e também na EDAV (Equipe Diocesana de Animação Vocacional). No início de 2008, fui nomeado pelo bispo D. Laurindo como coordenador da equipe assumindo todo o trabalho de animação vocacional na Diocese.
            O trabalho no Seminário (Animação vocacional, cuidado dos seminaristas do ensino médio e propedêutico, e acompanhamento dos seminaristas maiores da filosofia e Teologia) foi realizado durante quatro anos.
            No dia 11 de janeiro de 2011 fui transferido e iniciei meus trabalhos como Vigário Paroquial da paróquia Santo Antonio de Santa Helena, juntamente com o Pe. Antonino Mantovani (Pe. Gringo) que era o pároco. Mantive, porém, a Coordenação da Equipe Diocesana de Animação Vocacional, em comunhão com o Pe. Marcio Mangoni que agora assumia o Seminário Diocesano.
            No dia 10 de setembro de 2012 fui nomeado Coordenador Diocesano da Ação Evangelizadora, indo residir na comunidade da Vila Yolanda recebendo também a nomeação de Vigário Paroquial da Paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro no dia 18 de setembro de 2012, auxiliando o Pe. Artur Sehn no tempo que teria disponível.
Exerci a função de Coordenador Diocesano da Ação Evangelizadora até o dia 01 de julho de 2013 quando renunciei à função e aceite pelo bispo continuei a residir e exercer a função de vigário Paroquial da Paróquia N. Sra. do Perpétuo Socorro. Convidado a assumir uma nova paróquia pelo Bispo Diocesano realizei minhas últimas celebrações nos dias 7 e 8 de setembro de 2013 me despedindo da comunidade.
No dia 10 de setembro passei a residir em Diamante D’Oeste onde no dia 15 de setembro assumo como Pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida.
 

5 de setembro de 2013

Convite para Formação Permanente do Clero

Foz do Iguaçu, 21 de agosto de 2013.

Formação Permanente do Clero

“Toda escritura é dada por inspiração de Deus, e proveitosa para doutrinar, para repreender, para corrigir e para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.” (II Timóteo 3:16-17).

Saudações estimados irmãos!
Nos dias 16 e 17 de setembro na Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, Vila Yolanda – Foz do Iguaçu, se realizará a formação permanente do clero da Diocese de Foz do Iguaçu, conforme consta no Planejamento Diocesano.
Setembro é o mês da Bíblia, e como nos orienta a Santa Mãe Igreja, “os presbíteros são devedores de todos, no sentido de terem que partilhar com todos a verdade do Evangelho, do qual desfrutam no Senhor”(PO 4).
Sendo assim, é imprescindível que o Clero: Bispos, Presbíteros, Diáconos e seminaristas estejam sempre prontos para anunciar a Palavra de Deus, da qual tira sua orientação para o vida pastoral e pela qual realizam uma experiência espiritual profunda, guiados pelo Espírito Santo. Todavia, dar respostas as exigência do mudo hoje, sempre mais desafiadoras, exige preparação e uma permanente formação de nossa parte.
Queremos pois motivar a todos para esse momento importante de nossa formação. Conforme sugerido e tendo presente as necessidades que requerem aprofundamento e atenção no âmbito pastoral e sacramental em nossa Igreja Particular, teremos o privilégio de contarmos com dois assessores para nossa formação, a saber, Pe. Mário Spaki e Pe. Roberto Nentwig. Seguindo nossa programação, serão abordados os seguintes temas:


Dia 16/09 – Acolhida às 08h30 e início às 09h00 
Tema: Renovação Paroquial (setorização) - Assessor: Pe. Mário Spaki.
 

Dia 17/09 – Acolhida/Café às 07h30 e início com Laudes às 08h00  e término às 12h00 (com almoço)
Tema: Iniciação à Vida Cristã (Pastoral do Batismo) - Assessor: Pe. Roberto Nentwing.

 
Sejam todos Bem Vindos!
Atenciosamente

 
Pe. Márcio Fernando Mangoni
Pe. Ademar Oliveira Lins
Pe. Anderson Chiamulera de Matos
Coordenadores da Ação Evangelizadora

Dia de Oração e Jejum pela Paz no mundo


Qua a chave para interpretar a Sagrada Escritura?

(Por Pe. Leonardo Barraza, EP)

Quando, numa pequena cidade da Judeia, nasceu um Menino e foi reclinado numa pobre manjedoura, chegou a um auge a manifestação de Deus aos homens. A Palavra Se fez carne e habitou entre nós. Firme era "o misterioso desígnio de sua vontade, que em sua benevolência formara desde sempre", o desígnio de "reunir em Cristo todas as coisas, as dos Céus e as da Terra" (cf. Ef 1,9-10). Como foram os primórdios da realização dos desejos do Redentor?
Os Padres Apologistas: primeiros teólogos da Igreja
Os autores cristãos subsequentes à geração que colaborou diretamente com os Apóstolos viveram num período de intensas perseguições, e pari passu coube-lhes enfrentar árduas disputas doutrinárias. Ditas oposições, forjadas nos ambientes ainda intoxicados pelo paganismo da época, tentavam colocar obstáculos ao anúncio das verdades reveladas na Sagrada Escritura e de modo particular no Evangelho.
Naquela quadra histórica, célebres intelectuais como São Justino, Santo Irineu, Santo Hipólito de Roma, Tertuliano, Orígenes, São Panteno, São Cipriano, São Clemente de Alexandria, São Luciano e tantos outros, puseram sua pena, sua ciência e sobretudo o ardor de sua Fé a serviço de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esses doutos evangelizadores se opuseram com talento à empáfia intelectual dos gnósticos, às impugnações capciosas e à dialética petulante dos heresiarcas e dos filósofos pagãos.
Demonstrando com rigor de lógica a perfeita coerência do Antigo com o Novo Testamento, afirmaram que as profecias messiânicas têm sua plena realização na divina Pessoa de Jesus Cristo, o Redentor, e que a filosofia, por ser uma ciência meramente humana, nunca havia alcançado a verdade a não ser parcialmente e entrelaçada com erros. O Cristianismo, pelo contrário, apresentava a verdade inteira, pelo fato de ter vindo à Terra Quem era "o Caminho, a Verdade e a Vida".' Por seu zelo pela doutrina teológica da Igreja, esses cultos propagadores do Evangelho foram reconhecidos com o título de "Padres Apologistas", os quais com sua lúcida "demonstração da Fé [ ... ] colocaram
os fundamentos da ciência de Deus. São, portanto, os primeiros teólogos da Igreja"?
 
Imbricamento entre Fé e Razão
Qual o motivo de esboçar um tão longínquo quadro histórico? Se reconhecemos o feliz acerto do adágio latino "Historia magistra vitce et testis temporum - a História é a mestra da vida e testemunha dos tempos", com toda propriedade podemos afirmar junto com o Beato João Paulo II, que a História da Igreja é "magistra viue christiatue - mestra da vida cristã'? Assim sendo, não deve nos surpreender o fato de que as vicissitudes históricas e os debates enfrentados em outros tempos pelos filhos da Igreja projetem luzes e constituam valiosos antecedentes para analisarmos os atuais desafios eclesiais. Em concreto, a complexa trama de sofismas, tecida com o intuito de desacreditar a divindade de Jesus Cristo, exigiu dos Padres Apologistas uma argumentação rigorosamente acadêmica segundo os cânones da retórica grega vigentes. Deste modo, legaram eles à Igreja um valioso patrimônio para a estruturação do seu acervo doutrinário e o incremento da Fé cristã.
Mais ainda, através de seu discurso deixaram assente perante a História do Cristianismo a necessidade de um imbricamento entre o conhecimento conferido pela Fé (cognitio Jidei) e o conferido pela Razão (scientia rationis). Esta harmonia será condição sine qua non para uma perfeita interpretação das Sagradas Escrituras à luz da Teologia.
Indispensável harmonia entre exegese e Teologia
Hoje a problemática da interpretação da Sagrada Escritura, não obstante os séculos transcorridos, renova-se em suas linhas mestras no âmbito tocante a certos estudos acadêmicos que aplicam seus métodos exegéticos à Bíblia. Com efeito, está isto no cerne de diversos ensinamentos proferidos pelo Papa Bento XVI nos últimos meses, e, mais especialmente, em sua Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini, sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja.
Para situar-nos nesta importante temática, é necessário ter presente, como explica o Papa, que no Sínodo dos Bispos "os Padres reconheceram, com alegria, o crescimento do estudo da Palavra de Deus na Igreja ao longo dos últimos decênios".' A transcendência deste crescimento é destacada pela Verbum Domini, utilizando palavras da Encíclica Providentissimus Deus, de Leão XIII:
"O estudo da Sagrada Escritura deve ser como que a alma da sagrada Teologia".'
Este enunciado põe em relevo a indispensável harmonia que deve existir entre exegese e Teologia, chave fundamental para uma correta interpretação da Sagrada Escritura. Mais ainda, "da relação fecunda entre exegese e Teologia depende, em grande parte, a eficácia pastoral da ação da Igreja e da vida espiritual dos fiéis"," A este propósito, Bento XVI manifesta sua apreensão pelo fato de, em certos âmbitos acadêmicos, mesmo nos mais elevados, observar-se "o grave risco de um dualismo
que se gera ao abordar as Sagradas Escrituras". Dualismo que infelizmente "leva a exegese e a Teologia a comportarem-se como estranhas".'
Na ótica do Papa, o divórcio entre Fé e Razão, exegese e Teologia, é incoerente. Em outros termos, quando "a exegese não é Teologia, a Escritura não pode ser a alma da Teologia e, vice-versa, onde a Teologia não é essencialmente interpretação da Escritura na Igreja, esta Teologia já não tem fundamento".
Regras para uma exegese adequada da Sagrada Escritura
Por um lado, como a Sagrada Escritura narra acontecimentos históricos reais, seu estudo deve ser feito com os métodos de uma séria investigação histórica." Por outro, o texto bíblico contém palavras divinas em linguagem humana e, portanto, é preciso analisá-lo a partir da mente de Deus.
Para uma acertada hermenêutica, é necessário seguir uma regra fundamental: interpretar as palavras no mesmo espírito com o qual foram 'escritas." E para isso ser possível, o Pontífice indicou ao Sínodo três critérios fundamentais:
1) Deve-se interpretar o texto tendo presente a unidade de toda a Escritura Sagrada (exegese canônica), em cujo centro está Nosso Senhor Jesus Cristo."
2) Também é necessário ter presente a Tradição viva da Igreja. "Consoante um adágio dos Padres,
'Sacra Scriptura principalius est in corde Ecclesioe quam in materialibus instrumentis scripta - A Sagrada Escritura está escrita mais no coração da Igreja do que nos instrumentos materiais'. Com efeito, a Igreja leva em sua Tradição a memória viva da Palavra de Deus, e é o Espírito Santo quem lhe dá a interpretação espiritual da Escritura"."
3) Por fim, é preciso observar a analogia da Fé. Ou seja, a coesão das verdades da Fé entre si e sua relação com o todo da Revelação;' todas as partes da Sagrada Escritura se esclarecem e se coordenam mutuamente.
Somente assim, acrescenta o Papa, "é possível falar de uma exegese teológica, de uma exegese adequada" do Livro Sagrado."
 
As consequências de uma hermenêutica secularizada
As expressões exegese teológica e exegese adequada põem em evidência o ponto fundamental da problemática por ele enunciada. Embora os Padres sinodais tenham reconhecido que o aperfeiçoamento da metodologia histórico-crítica aportou inegáveis benefícios à exegese, não se pode afirmar o mesmo quanto aos aspectos teológicos.
A tendência a analisar as sagradas escrituras desvinculando os aspectos histórico-críticos da dimensão teológica levou o Papa Bento XVI a apresentar um elenco das consequências mais preocupantes que isto traz, mostrando como a ausência de uma interpretação à luz da Fé acaba por dar origem a uma "hermenêutica secularizada, positivista, cuja chave fundamental é a convicção de que o Divino não aparece na história humana. [ ... ] Consequentemente propõem-se interpretações que negam a historicidade dos elementos divinos"."
Assim, por exemplo, parafraseando a interrogação dirigida por Jesus aos seus discípulos (Mt 16, 13), pode-se perguntar: "Na opinião de certos peritos da ciência bíblica, quem é o Filho do Homem?". E em resposta se apresentará ante nossos olhos uma miscelânea de teses pretendendo definir, com fundamento naturalista, quem foi Jesus.
Por brevidade, enunciamos aqui apenas alguns dos erros surgidos nos últimos trinta anos a este propósito. As conclusões de certos trabalhos acadêmicos asseguram que Jesus foi um profeta escatológico preocupado pela restauração das doze tribos (Sanders); um homem carismático que realizou gestos taumatúrgicos (Vermes); um mestre subversivo ou, se se quiser, um guru revolucionário (Borg); um camponês hebreu de tendências filosóficas cínicas (Crossan); um filósofo cínico (Mark, Downing); um revolucionário social pacifista (Horsley e Theissen); um judeu que outorgou preeminência à lei mosaica radicalizando suas exigências, mas de modo especial o amor ao próximo (Flusser); um fariseu partidário de Hillel (H. Falk); um rabino idealista (B. Chilton); ou um
mago que utilizou conjuros secretos para curar enfermos e liberar endemoniados (Morton Smith)."
Não faltam os autores que negam a instituição da Sagrada Eucaristia e da própria Ressurreição! Segundo certa corrente de acadêmicos, os seguidores mais íntimos de Jesus escreveram os Evangelhos com o objetivo de idealizar a figura do Mestre, e os milagres e acontecimentos surpreendentes narrados por eles não passariam de fatos míticos sem base concreta na realidade. Pois, em síntese, o ponto focal das teses baseadas numa hermenêutica filosófica nsecularizada consiste em afirmar que o Filho da Santíssima Virgem Maria não teve noção de sua divindade e, portanto, morreu sem acreditar que era o Cristo e o Fundador da Igreja.
Qual Jesus devemos escolher? O guru revolucionário? O camponês cínico? O mago dos conjuras? O rabino hillelista? Ou devemos aguardar outra teoria que ainda nos ensine quem foi Ele?
 
Conclusões exegéticas que questionam verdades da Fé
Neste contexto, onde duas concepções hermenêuticas se entrechocam, o que no fundo está em jogo na compreensão da Sagrada Escritura, segundo as palavras do Papa, é a correta relação entre a Fé e a Razão."
As conclusões exegéticas obtidas pela hermenêutica secularizada obedecem a uma visão naturalista do universo, a uma filosofia positivista e a preconceitos racionalistas; e são apresentadas como fruto de um moderno espírito científico, sendo a este título "assepticamente" liberadas do "jugo" dos dogmas e, sobretudo, de um "rígido" Magistério Eclesiástico. Em consequência, seus expoentes não
aceitam a possibilidade de um Deus que intervém na História e ao mesmo tempo Se revela à humanidade. E questionam, com isso, verdades da Fé pregadas pela Tradição da Igreja. Para eles, os acontecimentos descritos na Bíblia, em especial no Evangelho, não podem ter sucedido como são narrados. Procuram negar as mais categóricas afirmações, como esta de São Paulo: "Quando se completou o tempo previsto, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido sujeito à Lei, para resgatar os que eram sujeitos à Lei, e todos recebermos a dignidade de filhos. E a prova de que sois filhos é que Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho que clama: 'Abá, Pai!'" (Gl 4, 4-6).
Considerando esta realidade, se comprova que o fato destes métodos exegéticos conterem um definido substractum filosófico, leva seus seguidores a desconhecer que "as coisas reveladas por Deus, contidas e manifestadas na Sagrada Escritura, foram escritas por inspiração do Espírito Santo", que os Livros Sagrados do Antigo e do Novo Testamento "têm Deus por autor, e como tais foram confiados à própria Igreja".
Em síntese, os princípios desta hermenêutica secularizada são incompatíveis com a proclamação da
Santa Igreja segundo a qual os livros da Bíblia, declarados por ela como .canônicos, com certeza, de modo fiel e sem erro, contêm as verdades dispostas por Deus para a nossa salvação.
 
Inspiração e verdade da Sagrada Escritura
Na verdade, se queremos pensar numa adequada interpretação da Sagrada Escritura, devemos nos unir à Santa Igreja: "É precisamente a fé da Igreja que reconhece na Bíblia a Palavra de Deus; como admiravelmente diz Santo Agostinho, 'não acreditaria no Evangelho se não me movesse a isso a autoridade da Igreja Católica'".
Este é o quid de toda a questão, em vista do qual o Santo Padre, acolhendo o pedido dos Padres do XII Sínodo, encomendou à Pontifícia Comissão Bíblica a elaboração de um estudo sobre Inspiração e
Verdade da Bíblia.
O debate doutrinal sobre a Inspiração trará à luz tópicos tão essenciais como a "natureza íntima" e o "significado decisivo e distintivo" da Sagrada Escritura, isto é, sua qualidade de Palavra de Deus." Sem este pressuposto a leitura do Escrito Sagrado se transforma em "curiosidade histórica", "pura historiografia", "história da literatura'?' ou, se se quiser, em "arqueologia".
Simultaneamente, a reflexão sobre o tema da Verdade da Sagrada Escritura trará um acréscimo para a vida de toda a Igreja, pois se aprofundará a ideia de que o texto sagrado é constituído por palavras inspiradas, onde o próprio Deus faz ouvir a sua voz por meio dos hagiógrafos, profetas, apóstolos e evangelistas.
 
A hermenêutica da Fé se apoia no valor ontológico da razão
Analisada a transcendência da problemática, comprova-se que a hermenêutica com a qual a Igreja
em todos os tempos abordou a Sagrada Escritura, possui a excelência de uma tradição viva e dinâmica de quase dois mil anos de existência. O pressuposto fundamental é uma adesão enlevada e amorosa à Palavra de Deus, em virtude do Dom inestimável da Fé. Portanto, uma exegese que deseje abordar de modo adequado a Sagrada Escritura "deve reconhecer que a Fé da Igreja é aquela forma de 'simpatia' sem a qual o texto não se abre. Deve reconhecer essa Fé como uma hermenêutica, como lugar da compreensão, que não violenta dogmaticamente a Bíblia, mas lhe oferece a única possibilidade de ser ela mesma".
Mas, junto com esta simpatia, qualidade eminente da hermenêutica da Fé, deve-se acrescentar que esta, em sua dimensão mais genuína, não se confunde com uma concepção crédula, cega e sentimental, carente de juízo crítico. Pelo contrário, a hermenêutica da Fé tem como ponto de partida um rationabile obsequium. Quer dizer, o ser humano - em sua qualidade de criatura e fazendo uso das faculdades da razão e da vontade - reconhece com humildade sua contingência e dependência em relação a Deus, adora-O e outorga seu assentimento amoroso às verdades sobrenaturais por Ele reveladas.
Em outras palavras, um católico fiel adere ao Magistério da Igreja, não pela emoção ou pelos senti-
mentos que as verdades da Religião possam provocar: ele crê apoiado no valor ontológico da razão, faculdade pela qual examina e pondera essas revelações e, com o auxílio da graça, as aceita como dignas de ser cridas. Pari passu, reconhece que "por vontade de Cristo, a Igreja Católica é mestra da verdade, e tem por encargo dar a conhecer e ensinar autenticamente a Verdade que é Cristo, e ao mesmo tempo declara e confirma, com a sua autoridade, os princípios de ordem moral que dimanam
da natureza humana".
 
As duas asas pelas quais o espírito humano se eleva à verdade
Por estes motivos, é oportuno recordar o ensinamento expresso pelo Bem-aventurado João Paulo lI, nas palavras iniciais da célebre encíclica Fides et ratio: "A fé e a razão (fides et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade"." Com elas o Pontífice sintetizou os fundamentos da Doutrina Católica a respeito do autêntico conúbio que deve reger as relações da Fé com o entendimento humano.
De fato, a Fé sem a Razão degenera em fideísmo, que põe as verdades da Religião num plano distinto do racional, sobre a base da mera sensibilidade ou das emoções desprovidas de reflexão. Dita doutrina" não faz senão esvaziar a Fé de objetividade. Por sua vez, a capacidade de raciocinar dissociada da Fé, desemboca no racionalismo, o qual atribui "à razão natural aquilo que se pode conhecer apenas pela luz da fé"." Por este motivo, ambas as correntes foram motivo de censura por parte da Igreja. Comprova -se assim que a hernenêutica da Fé, com a qual a Igreja lê a Sagrada Escritura, tem seus fundamentos num sólido patrimônio histórico-espiritual referendado ao longo de quase dois mil anos por virtuosos testemunhos de vida, lúcidos ensinamentos e até pelo derramamento do próprio sangue, no martírio: "Realmente, a interpretação mais profunda da Escritura provém precisamente daqueles que se deixaram plasmar pela Palavra de Deus, através da sua escuta, leitura e meditação assídua"." Ou seja, dos santos. Trata-se de uma plêiade de homens e mulheres, canonizados ou não, que junto a ilustres Padres da Igreja, sábios Doutores, intrépidos Confessores, valorosos Mártires e inocentes Virgens proclamaram com sua vida e sua palavra este princípio essencial: uma correta hermenêutica da Sagrada Escritura deve estar sempre em concordância com a Fé professada pela Igreja Católica de todos os tempos." Como afirma o Papa Bento XVI, "a santidade na Igreja representa uma hermenêutica da Escritura da qual ninguém pode
prescindir. O Espírito Santo que inspirou os autores sagrados é o mesmo que anima os Santos a darem a vida pelo Evangelho. Entrar na sua escola constitui um caminho seguro para efetuar uma hermenêutica viva e eficaz da Palavra de Deus".
 
Declaração ufana da unidade de Jesus
Assim pensaram, assim creram e assim argumentaram os primeiros teólogos da Igreja, os Padres Apologistas. Neste sentido, deve-se recordar que o nome de Jesus Cristo, com o qual a Igreja nascente começou a denominar o Homem-Deus, corresponde à declaração ufana da unidade de Jesus, o Homem Verdadeiro, e Cristo, o Deus Verdadeiro.
Desde aqueles dias até hoje, esta verdade foi proclamada por inúmeros filhos da Igreja os quais, a exemplo do Divino Mestre, não duvidaram em enfrentar perseguições e isolamentos, chegando até ao martírio. Seu testemunho admirável atravessa os séculos e se apresenta ao mundo atual como uma verdadeira hermenêutica vivificante da ·Fé. A todos eles, sejam dirigidas nossas súplicas para que um dia também nós, depois de termos combatido o bom combate, completado a carreira e guardado a Fé (cf. II Tim 4, 7), mereçamos pela graça de Deus ser admitidos na Pátria Celeste.
 
1 Cf. ALTANER, Berthold; STUIBER, AIfred. Patrolo gia. São Paulo: Paulus, 2004, p.71.
2 QUASTEN, Johannes. Patrologia. Madrid: BAC, 2002, v.I, p.182.
3 BEATO JOÃO PAULO 11. Mensagem ao Presidente do Pontificio Comitê das Ciências Históricas, 17/4/2004, n.6.
4 BENTO XVI. Exortação Apostólica Pós-Sinodal verbum Domini, n.31.
5 Idem, ibidem.
6 Idem, ibidem.
7 Idem, n.35.
8 Idem, n.35, c.
9 Cf. BENTO XVI. Discurso na XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, de 14/10/2008.
10 Idem.
11."Por muito diferentes que sejam os livros que a com põem, a Escritura é una, em razão da unidade do desígnio de Deus, de que Jesus Cristo é o centro e o coração, aberto desde a sua Páscoa" (CCE 112)
12 Idem, 113.
13 Cf. Idem, 114.
14 BENTO XVI. Discurso na XII Assembleia Geral Ordi nária do Sínodo dos Bispos, de 14/10/2008.
15 BENTO XVI. Verbum Domini, n.35.
16 Este elenco é apresentado por BARBAGLIO, Giuseppe. Gesü ebreo di Galilea: indagine storica. Bologna: EDB, 2002, p.35.
17 Cf. BENTO XVI. Verbum Domini, n.36.
18 CONCÍLIO VATICANO II. Dei Verbum, n.11.
19 BENTO XVI. Verbum Domini; n.29.
20 Cf. BENTO XVI. Mensagem à Assembleia Plenária da Pontificia Comissão Bíblica, de 2/5/2011.
21 BENTO XVI. Verbum Domini; n.19 e 35.
22 MESSORl, Vittorio; RATZINGER, Joseph. Rapporto - sulla Fede. Milano: Paoline, 1985, p.83.
23 RATZINGER, Joseph. La interpretación bíblica em conflicto. In: RATZINGER,Joseph; SÁNCHEZ NAVARRO, Luis; GRANADOS, Carlos et AI. Escritura e interpretacián bíblica: Los fundamentos de Ia interpretaciôn bíblica. Madrid: Palabra, 2003, p.54.
24 CONCÍLIO VATICANO II. Dignitatis humanos, n.14.
25 BEATO JOÃO PAULO II. Fides et ratio, exórdio.
26 BENTO XVI. Verbum Domini, n.44.
27 BEATO JOÃO PAULO II. Fides et ratio, n.52.
28 BENTO XVI. Verbum Domini, n.48.
29 Cf. Idem, n.30.
30 Idem, n.49.
 
Fonte: Revista mensal dos Arautos do Evangelho, ano XI, nº128, agosto de 2012, pp. 18-25