(Por Pe. Leonardo Barraza, EP)
Quando, numa pequena cidade da
Judeia, nasceu um Menino e foi reclinado numa pobre manjedoura, chegou a um
auge a manifestação de Deus aos homens. A Palavra Se fez carne e habitou entre
nós. Firme era "o misterioso desígnio de sua vontade, que em sua
benevolência formara desde sempre", o desígnio de "reunir em Cristo
todas as coisas, as dos Céus e as da Terra" (cf. Ef 1,9-10). Como foram os
primórdios da realização dos desejos do Redentor?
Os Padres Apologistas: primeiros
teólogos da Igreja
Os autores cristãos subsequentes
à geração que colaborou diretamente com os Apóstolos viveram num período de
intensas perseguições, e pari passu coube-lhes enfrentar árduas disputas
doutrinárias. Ditas oposições, forjadas nos ambientes ainda intoxicados pelo
paganismo da época, tentavam colocar obstáculos ao anúncio das verdades reveladas
na Sagrada Escritura e de modo particular no Evangelho.
Naquela quadra histórica,
célebres intelectuais como São Justino, Santo Irineu, Santo Hipólito de Roma,
Tertuliano, Orígenes, São Panteno, São Cipriano, São Clemente de Alexandria,
São Luciano e tantos outros, puseram sua pena, sua ciência e sobretudo o ardor
de sua Fé a serviço de Nosso Senhor Jesus Cristo. Esses doutos evangelizadores
se opuseram com talento à empáfia intelectual dos gnósticos, às impugnações
capciosas e à dialética petulante dos heresiarcas e dos filósofos pagãos.
Demonstrando com rigor de lógica
a perfeita coerência do Antigo com o Novo Testamento, afirmaram que as
profecias messiânicas têm sua plena realização na divina Pessoa de Jesus
Cristo, o Redentor, e que a filosofia, por ser uma ciência meramente humana,
nunca havia alcançado a verdade a não ser parcialmente e entrelaçada com erros.
O Cristianismo, pelo contrário, apresentava a verdade inteira, pelo fato de ter
vindo à Terra Quem era "o Caminho, a Verdade e a Vida".' Por seu zelo
pela doutrina teológica da Igreja, esses cultos propagadores do Evangelho foram
reconhecidos com o título de "Padres Apologistas", os quais com sua
lúcida "demonstração da Fé [ ... ] colocaram
os fundamentos da ciência de Deus. São, portanto, os primeiros teólogos da
Igreja"?
Imbricamento entre Fé e Razão
Qual o motivo de esboçar um tão
longínquo quadro histórico? Se reconhecemos o feliz acerto do adágio latino "Historia
magistra vitce et testis temporum - a História é a mestra da vida e
testemunha dos tempos", com toda propriedade podemos afirmar junto com o Beato
João Paulo II, que a História da Igreja é "magistra viue christiatue -
mestra da vida cristã'? Assim sendo, não deve nos surpreender o fato de que as
vicissitudes históricas e os debates enfrentados em outros tempos pelos filhos
da Igreja projetem luzes e constituam valiosos antecedentes para analisarmos os
atuais desafios eclesiais. Em concreto, a complexa trama de sofismas, tecida com o intuito de
desacreditar a divindade de Jesus Cristo, exigiu dos Padres Apologistas uma
argumentação rigorosamente acadêmica segundo os cânones da retórica grega vigentes.
Deste modo, legaram eles à Igreja um valioso patrimônio para a estruturação do
seu acervo doutrinário e o incremento da Fé cristã.
Mais ainda,
através de seu discurso deixaram assente perante a História do Cristianismo a
necessidade de um imbricamento entre o conhecimento conferido pela Fé (cognitio
Jidei) e o conferido pela Razão (scientia rationis). Esta harmonia
será condição sine qua non para uma perfeita interpretação das Sagradas
Escrituras à luz da Teologia.
Indispensável
harmonia entre exegese e Teologia
Hoje a
problemática da interpretação da Sagrada Escritura, não obstante os séculos
transcorridos, renova-se em suas linhas mestras no âmbito tocante a certos
estudos acadêmicos que aplicam seus métodos exegéticos à Bíblia. Com efeito,
está isto no cerne de diversos ensinamentos proferidos pelo Papa Bento XVI nos
últimos meses, e, mais especialmente, em sua Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum
Domini, sobre a Palavra de Deus na vida e na missão da Igreja.
Para situar-nos nesta importante temática, é necessário
ter presente, como explica o Papa, que no Sínodo dos Bispos "os Padres
reconheceram, com alegria, o crescimento do estudo da Palavra de Deus na Igreja
ao longo dos últimos decênios".' A transcendência deste crescimento é destacada
pela Verbum Domini, utilizando palavras da Encíclica Providentissimus
Deus, de Leão XIII:
"O estudo da Sagrada Escritura deve ser como que a
alma da sagrada Teologia".'
Este
enunciado põe em relevo a indispensável harmonia que deve existir entre exegese
e Teologia, chave fundamental para uma correta interpretação da
Sagrada Escritura. Mais ainda, "da relação fecunda entre exegese e Teologia
depende, em grande parte, a eficácia pastoral da ação da Igreja e da vida
espiritual dos fiéis"," A este propósito, Bento XVI manifesta sua
apreensão pelo fato de, em certos âmbitos acadêmicos, mesmo nos mais elevados,
observar-se "o grave risco de um dualismo
que se gera ao abordar as Sagradas Escrituras". Dualismo que infelizmente
"leva a exegese e a Teologia a comportarem-se como
estranhas".'
Na ótica do
Papa, o divórcio entre Fé e Razão, exegese e Teologia, é incoerente. Em outros
termos, quando "a exegese não é Teologia, a Escritura não pode ser a alma
da Teologia e, vice-versa, onde a Teologia não é essencialmente interpretação
da Escritura na Igreja, esta Teologia já não tem fundamento".
Regras para
uma exegese adequada da Sagrada Escritura
Por um lado,
como a Sagrada Escritura narra acontecimentos históricos reais, seu estudo deve
ser feito com os métodos de uma séria investigação histórica." Por outro,
o texto bíblico contém palavras divinas em linguagem humana e, portanto, é
preciso analisá-lo a partir da mente de Deus.
Para uma
acertada hermenêutica, é necessário seguir uma regra fundamental:
interpretar as palavras no mesmo espírito com o qual foram 'escritas." E
para isso ser possível, o Pontífice indicou ao Sínodo três critérios
fundamentais:
1) Deve-se interpretar o texto
tendo presente a unidade de toda a Escritura Sagrada (exegese canônica), em cujo
centro está Nosso Senhor Jesus Cristo."
2) Também é necessário ter presente
a Tradição viva da Igreja. "Consoante um adágio dos Padres,
'Sacra Scriptura principalius est in corde Ecclesioe quam in materialibus
instrumentis scripta - A Sagrada Escritura está escrita mais no coração da
Igreja do que nos instrumentos materiais'. Com efeito, a Igreja leva em sua
Tradição a memória viva da Palavra de Deus, e é o Espírito Santo quem lhe dá a
interpretação espiritual da Escritura"."
3) Por fim, é preciso observar a
analogia da Fé. Ou seja, a coesão das verdades da Fé entre si e sua relação com
o todo da Revelação;' todas as partes da Sagrada Escritura se esclarecem e se
coordenam mutuamente.
Somente assim, acrescenta o Papa,
"é possível falar de uma exegese teológica, de uma exegese adequada"
do Livro Sagrado."
As consequências de uma
hermenêutica secularizada
As expressões exegese
teológica e exegese adequada põem em evidência o ponto fundamental
da problemática por ele enunciada. Embora os Padres sinodais tenham reconhecido
que o aperfeiçoamento da metodologia histórico-crítica aportou inegáveis
benefícios à exegese, não se pode afirmar o mesmo quanto aos aspectos
teológicos.
A tendência a analisar as sagradas
escrituras desvinculando os aspectos histórico-críticos da dimensão teológica
levou o Papa Bento XVI a apresentar um elenco das consequências mais
preocupantes que isto traz, mostrando como a ausência de uma interpretação à
luz da Fé acaba por dar origem a uma "hermenêutica secularizada, positivista,
cuja chave fundamental é a convicção de que o Divino não aparece na história
humana. [ ... ] Consequentemente propõem-se interpretações que negam a
historicidade dos elementos divinos"."
Assim, por exemplo, parafraseando
a interrogação dirigida por Jesus aos seus discípulos (Mt 16, 13), pode-se
perguntar: "Na opinião de certos peritos da ciência bíblica, quem é o
Filho do Homem?". E em resposta se apresentará ante nossos olhos uma
miscelânea de teses pretendendo definir, com fundamento naturalista, quem foi
Jesus.
Por brevidade, enunciamos aqui
apenas alguns dos erros surgidos nos últimos trinta anos a este propósito. As
conclusões de certos trabalhos acadêmicos asseguram que Jesus foi um profeta
escatológico preocupado pela restauração das doze tribos (Sanders); um homem
carismático que realizou gestos taumatúrgicos (Vermes); um mestre subversivo
ou, se se quiser, um guru revolucionário (Borg); um camponês hebreu de
tendências filosóficas cínicas (Crossan); um filósofo cínico (Mark, Downing);
um revolucionário social pacifista (Horsley e Theissen); um judeu que outorgou
preeminência à lei mosaica radicalizando suas exigências, mas de modo especial
o amor ao próximo (Flusser); um fariseu partidário de Hillel (H. Falk); um
rabino idealista (B. Chilton); ou um
mago que utilizou conjuros secretos para curar enfermos e liberar endemoniados
(Morton Smith)."
Não faltam os autores que negam a
instituição da Sagrada Eucaristia e da própria Ressurreição! Segundo certa
corrente de acadêmicos, os seguidores mais íntimos de Jesus escreveram os
Evangelhos com o objetivo de idealizar a figura do Mestre, e os milagres e
acontecimentos surpreendentes narrados por eles não passariam de fatos míticos
sem base concreta na realidade. Pois, em síntese, o ponto focal das teses baseadas
numa hermenêutica filosófica nsecularizada consiste em afirmar que o
Filho da Santíssima Virgem Maria não teve noção de sua divindade e, portanto,
morreu sem acreditar que era o Cristo e o Fundador da Igreja.
Qual Jesus devemos escolher? O
guru revolucionário? O camponês cínico? O mago dos conjuras? O rabino
hillelista? Ou devemos aguardar outra teoria que ainda nos ensine quem foi Ele?
Conclusões exegéticas que
questionam verdades da Fé
Neste contexto, onde duas
concepções hermenêuticas se entrechocam, o que no fundo está em jogo na
compreensão da Sagrada Escritura, segundo as palavras do Papa, é a correta
relação entre a Fé e a Razão."
As conclusões exegéticas obtidas
pela hermenêutica secularizada obedecem a uma visão naturalista do universo,
a uma filosofia positivista e a preconceitos racionalistas; e são apresentadas
como fruto de um moderno espírito científico, sendo a este título
"assepticamente" liberadas do "jugo" dos dogmas e,
sobretudo, de um "rígido" Magistério Eclesiástico. Em consequência,
seus expoentes não
aceitam a possibilidade de um Deus que intervém na História e ao mesmo tempo Se
revela à humanidade. E questionam, com isso, verdades da Fé pregadas pela
Tradição da Igreja. Para eles, os acontecimentos descritos na Bíblia, em
especial no Evangelho, não podem ter sucedido como são narrados. Procuram negar
as mais categóricas afirmações, como esta de São Paulo: "Quando se
completou o tempo previsto, Deus enviou seu filho, nascido de mulher, nascido
sujeito à Lei, para resgatar os que eram sujeitos à Lei, e todos recebermos a
dignidade de filhos. E a prova de que sois filhos é que Deus enviou aos nossos
corações o Espírito do seu Filho que clama: 'Abá, Pai!'" (Gl 4, 4-6).
Considerando esta realidade, se
comprova que o fato destes métodos exegéticos conterem um definido substractum
filosófico, leva seus seguidores a desconhecer que "as coisas
reveladas por Deus, contidas e manifestadas na Sagrada Escritura, foram
escritas por inspiração do Espírito Santo", que os Livros Sagrados do
Antigo e do Novo Testamento "têm Deus por autor, e como tais foram
confiados à própria Igreja".
Em síntese, os princípios desta hermenêutica
secularizada são incompatíveis com a proclamação da
Santa Igreja segundo a qual os livros da Bíblia, declarados por ela como
.canônicos, com certeza, de modo fiel e sem erro, contêm as verdades dispostas
por Deus para a nossa salvação.
Inspiração e verdade da Sagrada
Escritura
Na verdade, se queremos pensar
numa adequada interpretação da Sagrada Escritura, devemos nos unir à Santa
Igreja: "É precisamente a fé da Igreja que reconhece na Bíblia a Palavra
de Deus; como admiravelmente diz Santo Agostinho, 'não acreditaria no Evangelho
se não me movesse a isso a autoridade da Igreja Católica'".
Este é o quid de toda a
questão, em vista do qual o Santo Padre, acolhendo o pedido dos Padres do XII
Sínodo, encomendou à Pontifícia Comissão Bíblica a elaboração de um estudo
sobre Inspiração e
Verdade da Bíblia. O debate doutrinal sobre a Inspiração trará à luz
tópicos tão essenciais como a "natureza íntima" e o "significado
decisivo e distintivo" da Sagrada Escritura, isto é, sua qualidade de
Palavra de Deus." Sem este pressuposto a leitura do Escrito Sagrado se
transforma em "curiosidade histórica", "pura historiografia",
"história da literatura'?' ou, se se quiser, em "arqueologia".
Simultaneamente, a reflexão sobre
o tema da Verdade da Sagrada Escritura trará um acréscimo para a vida de toda a Igreja, pois se aprofundará a ideia de que o texto sagrado é constituído
por palavras inspiradas, onde o próprio Deus faz ouvir a sua voz por meio dos
hagiógrafos, profetas, apóstolos e evangelistas.
A hermenêutica da Fé se apoia no
valor ontológico da razão
Analisada a transcendência da
problemática, comprova-se que a hermenêutica com a qual a Igreja
em todos os tempos abordou a Sagrada Escritura, possui a excelência de uma
tradição viva e dinâmica de quase dois mil anos de existência. O pressuposto
fundamental é uma adesão enlevada e amorosa à Palavra de Deus, em virtude do
Dom inestimável da Fé. Portanto, uma exegese que deseje abordar de modo
adequado a Sagrada Escritura "deve reconhecer que a Fé da Igreja é aquela
forma de 'simpatia' sem a qual o texto não se abre. Deve reconhecer essa Fé
como uma hermenêutica, como lugar da compreensão, que não violenta dogmaticamente
a Bíblia, mas lhe oferece a única possibilidade de ser ela mesma".
Mas, junto com esta simpatia, qualidade
eminente da hermenêutica da Fé, deve-se acrescentar que esta, em sua
dimensão mais genuína, não se confunde com uma concepção crédula, cega e
sentimental, carente de juízo crítico. Pelo contrário, a hermenêutica da Fé tem
como ponto de partida um rationabile obsequium. Quer dizer, o ser humano
- em sua qualidade de criatura e fazendo uso das faculdades da razão e da
vontade - reconhece com humildade sua contingência e dependência em relação a
Deus, adora-O e outorga seu assentimento amoroso às verdades sobrenaturais por
Ele reveladas.
Em outras palavras, um católico
fiel adere ao Magistério da Igreja, não pela emoção ou pelos senti-
mentos que as verdades da Religião possam provocar: ele crê apoiado no valor
ontológico da razão, faculdade pela qual examina e pondera essas revelações e,
com o auxílio da graça, as aceita como dignas de ser cridas. Pari passu, reconhece
que "por vontade de Cristo, a Igreja Católica é mestra da verdade, e tem
por encargo dar a conhecer e ensinar autenticamente a Verdade que é Cristo, e
ao mesmo tempo declara e confirma, com a sua autoridade, os princípios de ordem
moral que dimanam
da natureza humana".
As duas asas pelas quais o
espírito humano se eleva à verdade
Por estes motivos, é oportuno
recordar o ensinamento expresso pelo Bem-aventurado João Paulo lI, nas palavras
iniciais da célebre encíclica Fides et ratio: "A fé e a razão (fides
et ratio) constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se
eleva para a contemplação da verdade"." Com elas o Pontífice
sintetizou os fundamentos da Doutrina Católica a respeito do autêntico conúbio
que deve reger as relações da Fé com o entendimento humano.
De fato, a Fé sem a Razão
degenera em fideísmo, que põe as verdades da Religião num plano distinto do
racional, sobre a base da mera sensibilidade ou das emoções desprovidas de
reflexão. Dita doutrina" não faz senão esvaziar a Fé de objetividade. Por
sua vez, a capacidade de raciocinar dissociada da Fé, desemboca no
racionalismo, o qual atribui "à razão natural aquilo que se pode conhecer
apenas pela luz da fé"." Por este motivo, ambas as correntes foram
motivo de censura por parte da Igreja. Comprova -se assim que a hernenêutica
da Fé, com a qual a Igreja lê a Sagrada Escritura, tem seus fundamentos num
sólido patrimônio histórico-espiritual referendado ao longo de quase dois mil
anos por virtuosos testemunhos de vida, lúcidos ensinamentos e até pelo
derramamento do próprio sangue, no martírio: "Realmente, a interpretação
mais profunda da Escritura provém precisamente daqueles que se deixaram plasmar
pela Palavra de Deus, através da sua escuta, leitura e meditação assídua"."
Ou seja, dos santos. Trata-se de uma plêiade de homens e mulheres, canonizados
ou não, que junto a ilustres Padres da Igreja, sábios Doutores, intrépidos
Confessores, valorosos Mártires e inocentes Virgens proclamaram com sua vida e
sua palavra este princípio essencial: uma correta hermenêutica da Sagrada
Escritura deve estar sempre em concordância com a Fé professada pela Igreja
Católica de todos os tempos." Como afirma o Papa Bento XVI, "a
santidade na Igreja representa uma hermenêutica da Escritura da qual ninguém
pode
prescindir. O Espírito Santo que inspirou os autores sagrados é o mesmo que
anima os Santos a darem a vida pelo Evangelho. Entrar na sua escola constitui
um caminho seguro para efetuar uma hermenêutica viva e eficaz da Palavra de
Deus".
Declaração ufana da unidade de
Jesus
Assim pensaram, assim creram e
assim argumentaram os primeiros teólogos da Igreja, os Padres Apologistas.
Neste sentido, deve-se recordar que o nome de Jesus Cristo, com o qual a Igreja
nascente começou a denominar o Homem-Deus, corresponde à declaração ufana da
unidade de Jesus, o Homem Verdadeiro, e Cristo, o Deus Verdadeiro.
Desde aqueles dias até hoje, esta
verdade foi proclamada por inúmeros filhos da Igreja os quais, a exemplo do
Divino Mestre, não duvidaram em enfrentar perseguições e isolamentos, chegando
até ao martírio. Seu testemunho admirável atravessa os séculos e se apresenta
ao mundo atual como uma verdadeira hermenêutica vivificante da ·Fé. A todos
eles, sejam dirigidas nossas súplicas para que um dia também nós, depois de
termos combatido o bom combate, completado a carreira e guardado a Fé (cf. II
Tim 4, 7), mereçamos pela graça de Deus ser admitidos na Pátria Celeste.
1 Cf.
ALTANER, Berthold; STUIBER, AIfred. Patrolo
gia. São Paulo:
Paulus, 2004, p.71.
2 QUASTEN, Johannes. Patrologia.
Madrid: BAC, 2002, v.I, p.182.
3 BEATO JOÃO PAULO 11. Mensagem
ao Presidente do Pontificio Comitê das Ciências Históricas, 17/4/2004, n.6.
4 BENTO XVI. Exortação
Apostólica Pós-Sinodal verbum Domini, n.31.
5 Idem, ibidem.
6 Idem, ibidem.
7 Idem, n.35.
8 Idem, n.35, c.
9 Cf. BENTO XVI. Discurso na
XII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, de 14/10/2008.
10 Idem.
11."Por muito diferentes que
sejam os livros que a com põem, a Escritura é una, em razão da unidade do
desígnio de Deus, de que Jesus Cristo é o centro e o coração, aberto desde a
sua Páscoa" (CCE 112)
12 Idem, 113.
13 Cf. Idem, 114.
14 BENTO XVI. Discurso na XII
Assembleia Geral Ordi nária do Sínodo dos Bispos, de 14/10/2008.
15 BENTO XVI. Verbum Domini, n.35.
16 Este elenco é apresentado por
BARBAGLIO, Giuseppe. Gesü ebreo di Galilea: indagine storica. Bologna:
EDB, 2002, p.35.
17 Cf. BENTO XVI. Verbum
Domini, n.36.
18 CONCÍLIO VATICANO II. Dei
Verbum, n.11.
19 BENTO XVI. Verbum Domini; n.29.
20 Cf. BENTO XVI. Mensagem à
Assembleia Plenária da Pontificia Comissão Bíblica, de 2/5/2011.
21 BENTO XVI. Verbum Domini; n.19
e 35.
22
MESSORl, Vittorio; RATZINGER, Joseph. Rapporto
- sulla Fede.
Milano: Paoline, 1985, p.83.
23 RATZINGER, Joseph. La
interpretación bíblica em conflicto. In: RATZINGER,Joseph; SÁNCHEZ NAVARRO,
Luis; GRANADOS, Carlos et AI. Escritura e interpretacián bíblica: Los
fundamentos de Ia interpretaciôn bíblica. Madrid: Palabra, 2003, p.54.
24 CONCÍLIO VATICANO II. Dignitatis
humanos, n.14.
25 BEATO JOÃO PAULO II. Fides
et ratio, exórdio.
26 BENTO XVI. Verbum Domini, n.44.
27 BEATO JOÃO PAULO II. Fides
et ratio, n.52.
28 BENTO XVI. Verbum Domini, n.48.
29 Cf. Idem, n.30.
30 Idem, n.49.
Fonte: Revista mensal dos Arautos
do Evangelho, ano XI, nº128, agosto de 2012, pp. 18-25