Abertura do Ano da Fé
1.
Com a Carta
Apostólica “Porta Fidei”, o Papa Bento XVI anunciou a abertura do Ano da Fé, no dia 11 de outubro de 2012, que
culminará na Festa de Cristo Rei, no dia 24 de novembro de 2013.
Neste mês de outubro acontecerá a Assembleia Geral
do Sínodo dos Bispos a realizar-se em Roma, convocada pelo papa Bento XVI com o
tema: A nova evangelização para a
transmissão da fé, com a finalidade de introduzir a Igreja inteira em um
tempo de particular reflexão e redescoberta da fé.
2.
No início de seu
ministério como sucessor do Apóstolo Pedro, Bento XVI falou: “Nós existimos
para mostrar Deus aos homens. E só onde se vê Deus, começa verdadeiramente a
vida. Só quando encontramos em Cristo o Deus vivo, conhecemos o que é a vida.
Cada um de nós é fruto de um pensamento de Deus. Cada um de nós é querido, cada
um de nós é amado, cada um de nós é necessário. Não há nada mais belo do que
conhecê-lo e comunicar aos outros a Sua amizade...”
Ao iniciar o seu ministério como Bispo de Roma,
afirmou seu programa norteador: levar aos homens e mulheres do nosso tempo a
experiência do Deus vivo, que é amor, e de sua Palavra – Jesus Cristo,
verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
3.
O mundo atual
passa por uma profunda crise de fé – fé não mais vivida como pressuposto óbvio
da vida diária, mas negada –que tem atingido muitas pessoas com a consequente
perda do sentido religioso da vida, o resgate da fé e do sentido religioso à
vida das pessoas constitui o maior desafio para a Igreja de hoje. Assim, o papa
crê que o Ano da Fé será “um momento de graça e de compromisso para uma
conversão a Deus, cada vez mais completa, para fortalecer a nossa fé n’Ele e
para O anunciar com alegria ao homem do nosso tempo”.
Antes podíamos supor a fé dos cristãos, hoje a
iniciação cristã passa a ser a principal urgência, pois, não basta o batismo
que recebemos, se não formos introduzidos em uma educação progressiva, gradual
e permanente da fé. Por isso o nosso Plano Diocesano da Ação Evangelizadora fala
da Paróquia, casa de iniciação à vida cristã, lugar da experiência pessoal e
comunitária do encontro com Deus, por meio de Jesus Cristo, no dom do Espírito
Santo.
4.
Percebemos a
necessidade de ir ao encontro de Jesus para escutá-lo, estar com ele como a
samaritana, à beira do poço de Jacó, alimentados por Ele, Palavra e Pão da
vida, sermos fiéis discípulos missionários d’Ele. É fundamental deixar-se
impulsionar pelo Seu amor, fazendo de nossa vida um evangelho vivo para aquelas
pessoas que não O conhecem, a começar pelas nossas comunidades, no centro, na
periferia, nas favelas, no meio rural, nos centros de decisões, no mundo da
política, na realidade social, nos meios de comunicação, na família, na
educação, no sofrimento.
5.
Nosso
compromisso exige um empenho eclesial, que estejamos convictos e a favor de uma
evangelização capaz de redescobrir a alegria de crer e reencontrar o entusiasmo
de comunicar a fé. É necessário intensificar nossa reflexão sobre a fé –
virtude teologal que exige ser celebrada, alimentada e vivenciada no dia a dia.
Celebrar a fé na liturgia, sobretudo pela participação na Eucaristia e que o
testemunho dos que crêem seja marcado pela credibilidade.
6.
Como Igreja,
possamos descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e
rezada e refletir sobre o próprio ato com que se crê
como compromisso que cada crente deve assumir a partir deste Ano da Fé. Que a
Profissão de Fé (Credo) seja nossa oração diária, de preferência de cor – de
coração.
Aprender cada dia que a fé é dinâmica, pertence ao
hoje da nossa vida, e que significa estar com o Senhor, viver com Ele e para
Ele, colocando toda nossa liberdade à disposição d’Ele, assumindo nossa
responsabilidade na construção de um mundo mais digno, solidário e justo. É a
fé que nos encoraja, faz-nos destemidos e transparentes no testemunho que o
mundo tanto necessita.
7.
Deus toma a
iniciativa, Ele vem ao nosso encontro, convida-nos e abre plenamente à fé. Que
o sopro do Espírito Santo torne a Igreja aberta e solidária aos problemas de
toda a humanidade, fazendo suas “as alegrias e as esperanças, as tristezas e as
angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem”
(GS Nº 1).
8.
O Catecismo da
Igreja católica é fruto do Concílio Ecumênico Vaticano II, deve ser instrumento
indispensável ao serviço da catequese. Ele é um subsídio precioso e
indispensável quanto ao conteúdo da fé e sua sistematização. Não é possível
testemunhar a fé com convicção sem conhecê-lo e amá-lo.
9.
Uma fé sem obras
é uma fé morta, como nos exorta o Apóstolo Tiago (Tg 2, 14-18). A fé exige
compromisso no seguimento de Cristo, que passa pela opção preferencial pelos
pobres. Nossa fé na pessoa de Jesus Cristo deve nos apontar para o serviço da
vida para todos, promovendo a dignidade da vida humana, desde a fecundação até
a morte natural. Não esqueçamos que a vida está no centro da mensagem de Jesus.
No nosso trabalho pastoral é preciso reconhecer nos marginalizados, excluídos,
vítimas das injustiças, doentes e naqueles que nos procuram aflitos, o rosto de
Cristo Sofredor.
Impõe-se uma dedicação ativa, que mobilize a
comunidade, visando a uma ação que os ajude a recuperar a dignidade,
devolvendo, de algum modo, aquele amor com que Ele, o Senhor Jesus, cuida de
nós.
10.
Possa o Ano da
Fé tornar cada vez mais firme a relação com Cristo Senhor, dado que só n’Ele
temos a certeza para olhar para o futuro e a garantia de um amor autêntico e
duradouro. Que nossa fé seja genuína, como diz o Apóstolo Pedro: “Sem O terdes
visto, vós O amais; sem O ver ainda, credes n’Ele e vos alegrais com uma
alegria indescritível e irradiante, alcançando assim a meta da fé: a salvação
das almas” (1Pd 1, 9).
11.
Que Nossa
Senhora, Mãe de Jesus – Serva obediente ao Pai, a grande peregrina da fé,
aquela que acreditou e viveu como perfeita discípula missionária –ensine-nos a
caminhar ao encontro do Seu Filho e a percorrer com confiança, alegria e
renovado compromisso, todas as etapas da fé: de Nazaré ao calvário, chegando à
gloriosa Ressurreição.
12.
Que o Espírito
Santo – Dom de Deus – que guiou Maria e a Igreja, confirme-nos na fé, ajude a
guardá-la, manifestá-la com empenho e ardor missionário a todas as pessoas que
fazem parte de nossa Diocese.
Foz do Iguaçu, 1º de outubro de 2012,
Memória de Santa Teresinha do Menino Jesus e
Início da Semana Nacional da Vida
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Dom Dirceu
Vegini
Bispo Diocesano
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