17 de outubro de 2013

Uma Igreja fechada trai sua própria natureza

Nos últimos dias, abrindo meu correio eletrônico, deparei-me com notícias de alguns pronunciamentos do Papa Francisco que são extremamente interessantes neste mês missionário, e as partilho com os leitores.
 
Igreja 'fechada' trai sua própria natureza, diz o papa
Cidade do Vaticano – O papa Francisco disse nesta quinta-feira (17) que uma Igreja "fechada", constituída por "cristãos de sacristia", trai sua própria natureza e a missão que lhe foi confiada. “Uma Igreja que se fecha em si própria e no passado, uma Igreja que apenas olha para as pequenas regras de costumes, de atitudes, é uma Igreja que atraiçoa a sua própria identidade. Uma Igreja fechada trai a sua própria identidade”, declarou, na catequese da audiência pública semanal, perante dezenas de milhares de pessoas na Praça de São Pedro.
A intervenção partiu da definição da Igreja Católica como “apostólica”, porque tem "as suas raízes no ensinamento dos apóstolos, testemunhas autênticas de Jesus". Essa Igreja, destacou o papa, tem os olhos postos no futuro com a “firme consciência de ser enviada, enviada por Jesus, de ser missionária, levando o nome de Jesus com a oração, o anúncio e o testemunho".
“Redescubramos hoje toda a beleza e a responsabilidade de ser Igreja apostólica. E lembrai-vos: apostólica porque rezamos – a primeira missão – e porque anunciamos o Evangelho com a nossa vida e também com as palavras”, pediu aos presentes. Francisco sublinhou que a fé cristã não se funda sobre “uma ideia, uma filosofia”, mas sobre a pessoa de Jesus, a partir da "experiência fundamental de Cristo que tiveram os apóstolos".
“Confessar que a Igreja é apostólica significa sublinhar a profunda ligação, constitutiva, que ela tem com os apóstolos, aquele pequeno grupo de 12 homens que Jesus chamou um dia para si, que chamou pelo nome, para que permanecessem com Ele e para enviá-los a pregar”, continuou.
O papa deixou uma saudação aos peregrinos de língua portuguesa, particularmente os da Paróquia do Olival, em Portugal: “Queridos amigos, Jesus chama-vos a levar a alegria do Evangelho a todos os homens e mulheres, como suas autênticas testemunhas! Que Deus vos abençoe a todos".
 
Audiência Geral: "Somos missionários. Uma Igreja fechada em si mesma trai sua própria identidade"
Cidade do Vaticano (RV) – Nesta quarta-feira, mais uma vez a Praça S. Pedro ficou lotada para a Audiência Geral com o Papa Francisco.
Antes das 10h, o Pontífice já estava em meio aos fiéis, a bordo do seu jipe, para cumprimentá-los com bênçãos, carinhos e aperto de mãos. Em sua catequese, o Papa falou de mais uma característica da Igreja professada no Credo: a apostolicidade.
Professar que a Igreja é apostólica, explicou Francisco, significa destacar o elo profundo, constitutivo que ela tem com os Apóstolos. “Apostolo” é uma palavra grega que quer dizer “mandado”, “enviado”. Os Apóstolos foram escolhidos, chamados e enviados por Jesus, para continuar a sua obra. Partindo desta explicação, o Papa destacou brevemente três significados do adjetivo “apostólica” aplicado à Igreja.
Em primeiro lugar, a Igreja é apostólica porque está fundada sobre a pregação dos Apóstolos, que conviveram com Cristo e foram testemunhas da sua morte e ressurreição. “Sem Jesus, a Igreja não existe. Ele é a base e o fundamento da Igreja”, recordou o Papa, afirmando que a Igreja é como uma planta, que cresceu, se desenvolveu e deu frutos ao longo dos séculos, mas mantêm suas raízes bem firmes em Cristo.
Em segundo lugar, a Igreja é apostólica, porque Ela guarda e transmite, com ajuda do Espírito Santo, os ensinamentos recebidos dos Apóstolos, dando-nos a certeza de que aquilo em que acreditamos é realmente o que Cristo nos comunicou.
“Ele é o ressuscitado e suas palavras jamais passam, porque Ele está vivo. Hoje Ele está entre nós, está aqui, nos ouve. Ele está no nosso coração. E esta é a beleza da Igreja. Já pensamos em quanto é importante este dom que Cristo nos fez, o dom da Igreja, onde podemos encontrá-Lo? Já pensamos que é justamente a Igreja – no seu longo caminhar nesses séculos, apesar das dificuldades, dos problemas, das fraquezas, os nossos pecados – que nos transmite a autêntica mensagem de Cristo?”
Enfim, a Igreja é apostólica porque é enviada a levar o Evangelho a todo o mundo. Esta é uma grande responsabilidade que somos chamados a redescobrir: a Igreja é missionária e não pode ficar fechada em si mesma.
“Insisto sobre este aspecto da missionariedade, porque Cristo convida todos a irem ao encontro dos outros. Nos envia, nos pede que nos movamos para levar a alegria do Evangelho. Devemos nos perguntar: somos missionários ou somos cristãos de sacristia, só de palavras mas que vivem como pagãos? Isso não é uma crítica, também eu me questiono. A Igreja tem suas raízes, mas olha sempre para o futuro, com a consciência de ser enviada por Jesus. Uma Igreja fechada trai sua própria identidade. Redescubramos hoje toda a beleza e a responsabilidade de ser Igreja apostólica.”
Após a catequese, o Pontífice saudou os peregrinos de língua portuguesa, em especial os fiéis brasileiros de São José dos Campos, Santos e São Paulo. Em polonês, recordou os 35 anos da eleição à Sé de Pedro de João Paulo II. (BF)

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