Nos últimos dias, abrindo meu correio eletrônico, deparei-me com notícias de alguns pronunciamentos do Papa Francisco que são extremamente interessantes neste mês missionário, e as partilho com os leitores.
Igreja 'fechada' trai
sua própria natureza, diz o papa
Cidade do Vaticano – O papa Francisco disse nesta
quinta-feira (17) que uma Igreja "fechada", constituída por
"cristãos de sacristia", trai sua própria natureza e a missão que lhe
foi confiada. “Uma Igreja que se fecha em si própria e no passado, uma Igreja
que apenas olha para as pequenas regras de costumes, de atitudes, é uma Igreja
que atraiçoa a sua própria identidade. Uma Igreja fechada trai a sua própria
identidade”, declarou, na catequese da audiência pública semanal, perante
dezenas de milhares de pessoas na Praça de São Pedro.
A intervenção partiu da definição da Igreja Católica como
“apostólica”, porque tem "as suas raízes no ensinamento dos apóstolos,
testemunhas autênticas de Jesus". Essa Igreja, destacou o papa, tem os
olhos postos no futuro com a “firme consciência de ser enviada, enviada por
Jesus, de ser missionária, levando o nome de Jesus com a oração, o anúncio e o
testemunho".
“Redescubramos hoje toda a beleza e a responsabilidade de
ser Igreja apostólica. E lembrai-vos: apostólica porque rezamos – a primeira
missão – e porque anunciamos o Evangelho com a nossa vida e também com as
palavras”, pediu aos presentes. Francisco sublinhou que a fé cristã não se
funda sobre “uma ideia, uma filosofia”, mas sobre a pessoa de Jesus, a partir
da "experiência fundamental de Cristo que tiveram os apóstolos".
“Confessar que a Igreja é apostólica significa sublinhar a
profunda ligação, constitutiva, que ela tem com os apóstolos, aquele pequeno
grupo de 12 homens que Jesus chamou um dia para si, que chamou pelo nome, para
que permanecessem com Ele e para enviá-los a pregar”, continuou.
O papa deixou uma saudação aos peregrinos de língua
portuguesa, particularmente os da Paróquia do Olival, em Portugal: “Queridos
amigos, Jesus chama-vos a levar a alegria do Evangelho a todos os homens e
mulheres, como suas autênticas testemunhas! Que Deus vos abençoe a todos".
Audiência Geral:
"Somos missionários. Uma Igreja fechada em si mesma trai sua própria
identidade"
Cidade do Vaticano
(RV) – Nesta quarta-feira, mais uma vez a Praça S. Pedro ficou lotada para a
Audiência Geral com o Papa Francisco.
Antes das 10h, o Pontífice já estava em meio aos fiéis, a
bordo do seu jipe, para cumprimentá-los com bênçãos, carinhos e aperto de mãos.
Em sua catequese, o Papa falou de mais uma característica da Igreja professada
no Credo: a apostolicidade.
Professar que a Igreja é apostólica, explicou Francisco,
significa destacar o elo profundo, constitutivo que ela tem com os Apóstolos.
“Apostolo” é uma palavra grega que quer dizer “mandado”, “enviado”. Os
Apóstolos foram escolhidos, chamados e enviados por Jesus, para continuar a sua
obra. Partindo desta explicação, o Papa destacou brevemente três significados
do adjetivo “apostólica” aplicado à Igreja.
Em primeiro lugar, a Igreja é apostólica porque está fundada
sobre a pregação dos Apóstolos, que conviveram com Cristo e foram testemunhas
da sua morte e ressurreição. “Sem Jesus, a Igreja não existe. Ele é a base e o
fundamento da Igreja”, recordou o Papa, afirmando que a Igreja é como uma
planta, que cresceu, se desenvolveu e deu frutos ao longo dos séculos, mas
mantêm suas raízes bem firmes em Cristo.
Em segundo lugar, a Igreja é apostólica, porque Ela guarda e
transmite, com ajuda do Espírito Santo, os ensinamentos recebidos dos
Apóstolos, dando-nos a certeza de que aquilo em que acreditamos é realmente o
que Cristo nos comunicou.
“Ele é o ressuscitado e suas palavras jamais passam, porque
Ele está vivo. Hoje Ele está entre nós, está aqui, nos ouve. Ele está no nosso
coração. E esta é a beleza da Igreja. Já pensamos em quanto é importante este
dom que Cristo nos fez, o dom da Igreja, onde podemos encontrá-Lo? Já pensamos
que é justamente a Igreja – no seu longo caminhar nesses séculos, apesar das
dificuldades, dos problemas, das fraquezas, os nossos pecados – que nos
transmite a autêntica mensagem de Cristo?”
Enfim, a Igreja é apostólica porque é enviada a levar o
Evangelho a todo o mundo. Esta é uma grande responsabilidade que somos chamados
a redescobrir: a Igreja é missionária e não pode ficar fechada em si mesma.
“Insisto sobre este aspecto da missionariedade, porque
Cristo convida todos a irem ao encontro dos outros. Nos envia, nos pede que nos
movamos para levar a alegria do Evangelho. Devemos nos perguntar: somos
missionários ou somos cristãos de sacristia, só de palavras mas que vivem como
pagãos? Isso não é uma crítica, também eu me questiono. A Igreja tem suas
raízes, mas olha sempre para o futuro, com a consciência de ser enviada por
Jesus. Uma Igreja fechada trai sua própria identidade. Redescubramos hoje toda
a beleza e a responsabilidade de ser Igreja apostólica.”
Após a catequese, o Pontífice saudou os peregrinos de língua
portuguesa, em especial os fiéis brasileiros de São José dos Campos, Santos e
São Paulo. Em polonês, recordou os 35 anos da eleição à Sé de Pedro de João
Paulo II. (BF)
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