6 de outubro de 2019

TEXTO PREPARATÓRIO PARA 41ª ASSEMBLEIA DIOCESANA DA AÇÃO EVANGELIZADORA



texto preparatório para
41ª assembleia diocesana da ação evangelizadora
18 e 19 de outubro de 2019

Apresentamos o nosso texto base de reflexão e preparação para a Assembleia Diocesana 2019. Nele incorporamos as reflexões das avaliações feitas nas paróquias e pastorais, das indicações das Novas Diretrizes Gerais da CNBB e dos encaminhamentos feitos no Regional Sul II. A reflexão a ser feita, baseia-se nas perguntas e provocações que o próprio texto tem, de modo a provocar-nos.
Este texto deverá ser lido e refletido na equipe do CPP e deverão ser convidadas, indispensavelmente, as pessoas da paróquia que participarão da Assembleia Diocesana.
Este texto base, mais as reflexões e decisões da Assembleia serão o nosso 14º Plano Diocesano. Por isso, é importante que na leitura e reflexão na Paróquia, se façam as devidas correções, acréscimos e supressões que julgarem necessárias, e entreguem as sugestões na secretaria da Assembleia no dia 18 de outubro, quando chegarem ao Shalom.

ILUMINANDO A CAMINHADA
Objetivo Geral 2019-2023
Evangelizar no Brasil cada vez mais urbano, pelo anúncio da Palavra de Deus, formando discípulos e discípulas de Jesus Cristo, em comunidades eclesiais missionárias, à luz da evangélica opção preferencial pelos pobres, cuidando da Casa Comum e testemunhando o Reino de Deus rumo à plenitude.
A Diocese de Foz do Iguaçu, em comunhão com toda a Igreja do Brasil assume para estes próximos 4 anos este objetivo Geral, com o desafio das duas prioridades que já fazem parte de nossa caminhada evangelizadora: a iniciação à vida cristã e a missionariedade.
O caminho será de conhecer ainda mais, envolver a todos e assumir compromissos concretos, buscando de fato, a conversão pastoral, numa atitude de acolhida misericordiosa e saída missionária, porque “EVANGELIZAR constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja; a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar...” (EN 4) e pelo batismo Jesus Cristo nos conferiu uma identidade que nos projeta para além de nós mesmos, na comunhão com a Santíssima Trindade (cf. Doc 109, n. 21)
A missão da Igreja é portar a salvação que Jesus oferece continuamente a toda a humanidade. Com essa afirmação, surgem algumas perguntas: Como portar a salvação para quem acha que não está perdido? Para quem acha que não precisa?
Onde estamos? Na crise civilizatória em que estamos é fundamental nos deixarmos inquietar com a pergunta que Deus faz ao homem no paraíso: “Onde estás?” (Gn 3,9). Esta pergunta constitui-se assim um pressuposto para pastoral, é a pergunta que Deus nos faz hoje: Onde estão os discípulos missionários de Foz do Iguaçu? Se perderam no paraíso?  Assim, Ele nos convida a uma mudança de ótica.
“O que é feito em nossos dias, daquela energia escondida da Boa-Nova, suscetível de impressionar profundamente a consciência dos homens?” (EN 4). Onde estão nossas crianças, nosso jovens, nossos idosos, nossos pobres? Quem são os nossos interlocutores? Quem são as pessoas com quem trabalhamos? Quanta gente nova entra na nossa comunidade? Para onde queremos ir? Para onde Deus nos convida a caminhar? Que Igreja queremos ser na Diocese de Foz do Iguaçu? Que rosto de Igreja Deus está nos convidando a ser em Foz do Iguaçu?
Precisamos responder esta perguntas e inquietações. E o faremos olhando com atenção especial a realidade que nos circunda à luz das novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora e de dois grandes pedidos que o Papa Francisco faz.
A agitação institucional, as preocupações ante a nossa verdadeira Identidade como Igreja e a provocação que o objetivo geral das novas DGAEs nos fazem: “Evangelizar num Brasil cada vez mais urbano”, nos fazem perceber que a Igreja “tanto em sua linguagem (proclamação da fé) quanto em sua organização institucional (estrutura social), não pode prescindir da sociedade: ambas não caem do céu já prontas, mas são captadas e assumidas do entorno social respectivo.
Portanto, as transformações culturais e sociais que a sociedade experimenta ao longo da história não deixarão de atingir também a Igreja, que, sem perder sua identidade provinda de Deus, terá que mudar sua linguagem e sua estrutura para que se faça entendida e significativa para toda uma geração. Numa palavra, muda para poder continuar sendo Igreja, sinal ou sacramento devidamente captado e entendido pela sociedade de então. Caso contrário, perde credibilidade e força atrativa, com o perigo de se ver reduzida a peça de museu”[1].
Os dois pedidos do Papa Francisco na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium (A Alegria do Evangelho): “Espero que todas as comunidades se esforcem por atuar os meios necessários para avançar no caminho de uma conversão pastoral e missionária, que não pode deixar as coisas como estão. Neste momento não nos serve uma “simples administração”. Constituamo-nos em “estado permanente de missão, em todas as regiões da terra” (EG, n. 25).
Pouco adiante, para explicar a “inadiável renovação eclesial”, no n. 27, o Papa Francisco desce a detalhes que surpreendem pela concretude dos exemplos: “Sonho com uma opção missionária capaz de mudar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à sua autopreservação”
A Vida Cristã é um novo projeto de vida. Para nós, ‘o projeto’. E, por isso, ela requer um processo de passos de aproximação, mediante os quais a pessoa aprende e se deixa envolver pelo mistério amoroso do Pai, pelo Filho, no Espírito Santo (Doc 107, n. 5)
Não basta só o estudo, é preciso viver essas iniciativas no convívio familiar: conhecendo os Sacramentos e vivenciando-os. A Iniciação Cristã é uma maneira de iniciar as pessoas a seguir, a conhecer Jesus através das Escrituras, da caridade e da oração, viver suas atitudes e seus sentimentos. É por meio da Iniciação que a Igreja quer formar discípulos missionários.
“Ser iniciado na vida de Cristo, conformar-se a Ele, ser Dele revestido desperta para a missionariedade. A atração e a gratidão de ser, se faz anúncio. Toda pessoa que segue Jesus anuncia a beleza e a alegria profunda de viver como Cristo viveu (Doc 107, int.). Daqui emergem duas grandes referências para as atuais Diretrizes: Comunidade e Missão, como dois lados da mesma moeda. Inseparáveis, portanto.
As DGAE se moldam à imagem da CASA, com o duplo movimento de ingresso e saída, lugar de acolhimento e envio. Por isso, dois eixos inspiradores: comunidade e missão – comunidades eclesiais missionárias. E desse duplo movimento decorre uma constatação: Comunidades que não geram missionários são tristes expressões da esterilidade de quem perdeu seu rumo na vivência do Evangelho. O que ficamos fazendo sempre com as mesmas pessoas? O que estamos fazendo pelos: universitários, escolas, professores, periferias?
Queremos ir ao encontro, acolher e aceitar as pessoas na Comunidade. Acolher afetiva e efetivamente, como bem ensinou Bento XVI. As primeiras comunidades cristãs nas casas nos ensinam muito. Um estilo doméstico, o sentido de pertença, lugar de acolhida, de encontro com o Senhor, o TESTEMUNHO é “garantia de credibilidade”. Casa entendida como “um lar”, onde se forma uma família, se criam vínculos, relações de confiança, de comunhão, onde existe proximidade.
A acolhida efetiva será desenvolvida em estivo catecumenal, no processo da Iniciação à Vida Cristã.
“A IVC é uma urgência que precisa ser assumida com decisão, coragem e criatividade. Ela renova a vida comunitária e desperta seu caráter missionário. Isso requer novas atitudes evangelizadoras e pastorais. Para a Igreja, impõe-se a tarefa irrenunciável de oferecer uma modalidade operativa de iniciação cristã que, além de marcar o ‘que’, também dê elementos para o ‘quem’, o ‘como’ e o ‘onde’ se realiza. Dessa forma, assumiremos o desafio de uma nova evangelização, à qual temos sido reiteradamente convocados” (Doc 107, n. 69)
            As pessoas estão como que “desabrigadas”, falta aconchego. Por isso, a ideia não é só ir rezar, mas ter espaços de convivência e aprofundamento, processos formativos. Assim a comunidade eclesial, que faz uma profunda experiência de Iniciação à vida Cristã, poderá testemunhar a sua identidade missionária, formando comunidades eclesiais missionárias.
“A IVC e a formação contínua com inspiração catecumenal se apresentam hoje como desafios e oportunidades extremamente importantes, uma obra a ser realizada, por toda a Igreja, com dedicação, paixão formativa e evangelizadora, com coragem e criatividade. Não se trata, porém, de uma pastoral a mais, e sim de um eixo central e unificador de toda a ação evangelizadora e pastoral”. (Doc 107, n. 76)
No NT não há nenhum caso de discípulo que não foi missionário. E não há nenhum missionário que não tenho sido discípulo. Assim, nas comunidades eclesiais missionárias a centralidade é a Palavra. A Palavra suscita adesão, que se expressa nas mais diversas formas como senso de pertença, compromisso social para ir ao encontro e abrir-se. Ao redor da Palavra os discípulos vão crescendo.
Pode-se partir dos grupos que temos, mas é preciso aventurar-se em “águas mais profundas”, nos diversos espaços missionários que se apresentam. Sair é inspirar-se de novo nas primeiras experiências de discipulado: discípulos que precisam do Mestre para poder fazer a Missão acontecer.
Nosso conteúdo é excelente e indispensável, mas para adentrarmos nos novos espaços missionários, será necessário entendermos e aprendermos a linguagem dos grupos e das novas gerações, levando a mesma paixão por Jesus Cristo, iluminadora de toda a realidade.
E a aí temos a realidade de “um Brasil cada vez mais urbano”, que é cada vez mais secularizado, apresenta desafios e oportunidades para nossa presença eficaz, como discípulos missionários.  “O mundo urbano atual, cuja mentalidade está presente na cidade e no campo, embora marcado por contradições e desafios, é o lugar da presença de Deus, espaço aberto para a vivência do Evangelho” (Doc 109, n. 10) Essa Isso gera uma mudança imparável – agora a fé cristã terá uma função importantíssima: ajudar a encontrar respostas à crise de sentido da vida e as questões éticas.
Nesse Brasil urbano podemos destacar 4 funções chave para a Igreja:
a)        Querigmática – Iniciação à vida cristã
·           o anúncio  não pode ser  pressuposto.
·           cada geração precisa receber o querigma.
·           superar um cristianismo de adeptos, e se configurar o  discipulado.
·           coragem de encontrar os novos sinais e símbolos, uma nova carne para a transmissão da Palavra.
b)        Diaconal – Caridade
·           serviço ao ser humano  marcado por feridas  sociais, males físicos, pobreza moral e crise espiritual.
·           nas periferias e nos centros abandonados das cidades.
·           os novos cidadãos que chegam,  pela necessidade de pão e casa, ou para trabalho ou estudo.
c)        Koinonia – Acolhida
·           Diante da solidão anonimato, individualismo e o isolamento, a vida comunitária reúne pessoas e integra-as numa família em torno de Cristo.
·           Igreja que acontece ao redor da casa, aproximando-se das pessoas com acolhimento, pertença e vínculo.
·           Ali, partilha-se o pão, a palavra e a amizade.
d)        Exorcista – curativa
·           É a ação da Igreja que liberta o ser humano, em nome de Cristo, de todas as escravidões, e libertando de toda a influência maligna que fere e mata os filhos de Deus.
·           a Igreja deve vencer o pecado e superar a força do mal na sociedade.
·           Trata-se de uma função terapêutica que livre dos males e perigos o sujeito urbano, muitas vezes preso aos condicionamentos que lhe desumanizam.

Nessa perspectiva, no dia 27 de novembro de 2014, na audiência a 20 bispos de grandes cidades do mundo, Papa Francisco partilhou quatro aspectos pastorais para a evangelização na urbe:
1. REALIZAR UMA MUDANÇA EM NOSSA MENTALIDADE PASTORAL
Necessitamos outros mapas, outros paradigmas. Viemos de uma  pastoral  onde a Igreja era a única referência da cultura, era autêntica mestra, sentia a necessidade de delinear e impor, não só as formas culturais, mas também os valores, traçando o imaginário pessoal e coletivo,
2. O DIÁLOGO COM A MULTICULTURALIDADE
Estabelecer um diálogo pastoral sem relativismo, sem negociar a própria identidade cristã, mas que queira alcançar o coração do outro e dos demais que são distintos de nós e ali semear o Evangelho.

3. RELIGIOSIDADE DO POVO
Devemos descobrir na religiosidade, o autêntico substrato religioso que, muitas vezes, é cristão e católico. Não podemos desconhecer e desprezar tal experiência de Deus, que pede para ser descoberta e não construída. Ali estão as semina Verbi.
4. A FORÇA RELIGIOSA DOS POBRES
Ser acolhedor [...], a cidade os rejeita, são peregrinos da vida em busca de “salvação” e, muitas vezes, encontram força para seguir em frente e lutar graças a um sentido último que recebem de uma experiência simples e profunda de fé em Deus. Testemunho concreto de misericórdia e ternura atua diretamente sobre os imaginários sociais, gerando orientação e sentido para a vida da cidade.

Assim, poderíamos dizer de forma bem direta e simples que a Evangelização na cultura urbana depende de:
- sair “do berço esplêndido” que nós achamos estar – não somos mais hegemônicos, não temos mais a última palavra. Não se trata mais de buscar gente para a Igreja, mas levar a Igreja para onde as pessoas estão.
- Mudar a ótica da evangelização – mais pelo SER do que pelo FAZER. É uma mudança de perspectiva, acreditar mais nas pessoas que nas coisas, gastar mais tempo com convivência do que com festejos para os outros, com formação do que com construção.
- Pastoral mais personalizada, somos habituados a trabalhar com REBANHOS e não com OVELHAS.
           
MARCO HISTÓRICO
A Diocese de Foz do Iguaçu foi criada pelo decreto de sua Santidade o Papa Paulo VI no dia 05 de maio de 1978, com a bula “DE CHRISTIANI POPULI”. Foi instalada a 26 de agosto de 1978, tendo como seu primeiro bispo Dom Olívio Aurélio Fazza (in memorian). Por todos amado, o nosso querido bispo, conduziu este rebanho até março de 2002, entregando o pastoreio para Dom Laurindo Guizzardi, que soube tão bem estar à frente deste povo de Deus. Em 2010, recebemos Dom Dirceu Vegini (in memorian), que fez um grande processo de renovação litúrgica de nossa Diocese, mas precocemente nos deixou, dando toda a sua vida pela Igreja. Nossa Diocese ficou vacante por quase um ano, sob a administração apostólica do padre Dionísio Hülse, e no dia 17 de julho recebeu com alegria a nomeação de D. Sergio de Deus Borges que tomou posse no dia 07 de setembro de 2019.
Esta Igreja Particular, desde o seu início, tem se comprometido em fazer acontecer aqui e agora, o Reino de Deus, completando 41 anos de caminhada evangelizadora. Muitas sementes foram plantadas e muitos frutos colhidos. Como Igreja de Jesus Cristo, se fez presente no mundo, e como seu padroeiro, São João Batista, soube anunciar, denunciar e realizar o Reino, sonhado por Deus.
Somos 14 municípios com uma população estimada em 460 mil habitantes, dos quais 258 mil na cidade de Foz do Iguaçu. Somos 27 paróquias organizadas em 3 áreas pastorais. Estão em atuação em nossa realidade eclesial: 23 pastorais, 11 movimentos, 10 organismos e serviços. Estamos localizados no extremo oeste paranaense, compondo uma realidade de fronteira – tríplice Fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina, com as facilidades de acesso e inter-relacionamento, mas também com as consequências dessa proximidade, marcada por problemas sociais graves: contrabando, tráfico, migrações.
Hoje nossa Diocese é assim:
Municípios
14
Paróquias
27
Comunidades
387
Setores
273
Grupos de Família
1842
Catequistas
2372
Catequizandos
15826
MESC
1929
Como é natural num universo de cerca de 400 comunidades, de cidade grande (Foz do Iguaçu) e cidades menores e muito pequenas, temos comunidades e paróquias com lideranças bem formadas e atuantes e, em outros lugares nem tanto, temos paróquias e comunidades com condições financeiras estáveis e outras que se mantém à duras penas.

Algumas características são importantes serem destacadas:
·      Igreja que foi se formando acolhendo as diversas raças, etnias e povos que vinham para esta região e que são uma grande característica de nossa Igreja: mobilidade humana e diálogo ecumênico e Inter-religioso, cada vez mais urbana e com novos desafios.
·      Grupos de Família sempre foram a base do projeto de igreja, como grande objetivo pastoral de nossos planos de pastoral – hoje somos cerca de 1842 Grupos.
·      Setorização para uma ação evangelizadora mais eficaz e organização de comunidades sempre foi elemento marcante, mas nos últimos anos tem se intensificado.
·      Igreja Profética: o Aspecto social sempre esteve bem presente na missão da Igreja (atuação social da Igreja, na defesa dos agricultores que foram desapropriados pela Itaipu; prioridade com os grupos de família (CEBs), as pequenas Comunidades de fé e vida, os movimentos sociais, problemas da terra, Pastoral da criança, e mais ultimamente, a Cáritas sendo protagonista no enfrentamento ao Tráfico Humano.
·      Igreja que vai aprendendo a fazer a passagem de uma mentalidade rural para urbana, mesmo mantendo uma clara distinção entre a grande cidade de Foz e as demais, marcadas pela relação como meio rural, mas já com acentuada urbanização física e de mentalidade, ou seja, a cultura urbana.
·      Nos últimos anos um tempo de crise, esfriamento e distanciamento dos compromissos e das responsabilidades diocesanas, consequência de nossa realidade local, mas também, de uma diminuição do compromisso comunitário.

Fatos Marcantes nos 41 anos:
·      Movimentos sociais tais como, na luta pelos atingidos pela barragem de Itaipu, Romaria da Terra que aconteceu em Medianeira;
·      Surgimento de várias Paróquias – em 1978 éramos apenas 13 paróquias (São João Batista, São Paulo Apóstolo, São José Operário – Vila Portes, Santa Teresinha do Menino Jesus, São Miguel, N Sra. da Conceição – Itacorá, Santo Antônio, N. Sra. Medianeira, N. Sra. do Caravággio, N.  Sra. da Conceição – Missal, Sagrada Família de Nazaré, São José Operário – Céu Azul, Santa Catarina de Alexandria);
·      Criação do Seminário Diocesano em 1983, formando 18 padres Diocesanos;
·      Formação de Diáconos permanentes, são 5 formados, vários na escola fazendo o curso preparatório e na pré-escola, num processo de acompanhamento e discernimento;
·      Comunidades Terapêuticas (Medianeira e Foz do Iguaçu);
·      Apoio das Congregações Religiosas, masculinas e femininas;
·      Início das obras da Catedral;
·      Encontros Diocesanos e regionais: DNJ, Catequistas 3 fronteiras, CEBS 3 fronteiras, Romarias Vocacionais, Jubileu do ano 2000;
·      Contribuições de cada um dos 3 bispos que exerceram seu ministério em nossa diocese com os modos particulares de organizar e conduzir a Igreja;
·      Na dimensão formativa: subsídio próprio para os Grupos de Família (novenas, encontros, via-sacra), Teologia para Leigos, Escolas Diocesanas;
·      Setorização Paroquial, em vista da organização das atividades pastorais, celebrações, organização das comunidades, dízimo;
·      Laicato atuante por meio de suas diversas formas de organização (CNLB, pastorais e movimentos);
·      Dinamização de muitas pastorais atendendo às necessidades que foram surgindo em cada momento.

Existem situações que nos desafiam como organização diocesana:
·      Clero muito diversificado, com diferentes visões formativas e de exercício do ministério, e alguns fechados nas próprias ideias e modelos, o que impede uma unidade Pastoral e compromisso com o Plano Diocesano;
·      Escassez vocacional e por isso, também a falta de Sacerdotes;
·      Ordens Religiosas por vezes fechadas nas próprias preocupações e atuação restrita ao carisma;
·      Acento demasiado nas atividades paroquiais em detrimento dos compromissos e participação diocesana;
·      Heterogeneidade na liturgia, na administração, burocrática, sacramental;
·      Os Movimentos e o difícil processo de integração ao projeto diocesano de evangelização;
·      Início tardio do Diaconado Permanente.

O MUNDO URBANO NA DIOCESE DE FOZ DO IGUAÇU

DIOCESE
TOTAL DE MUNICÍPIOS
EXTENSÃO TERRITORIAL
TOTAL DE HABITANTES (2010)
POPULAÇÃO
URBANA (2010) (%)
POPULAÇÃO
RURAL (2010) (%)
ESTIMATIVA TOTAL DE HABITANTES (2019)
Foz do Iguaçu
14
6.822 km2
440.968
(100%)
385.519
(87,42%)
55.449
(12,57%)
460.097


Urbana 2010
Rural 2010
Senso 2010
Estimativa 2019
1.      Céu Azul
8387 (76%)
2645 (24%)
11.032
11.765
2.      Diamante D’Oeste
2561 (51%)
2466 (49%)
5.027
5.253
3.      Foz do Iguaçu
253950 (99%)
2131 (1%)
256.081
258.532
4.      Itaipulandia
4742 (53%)
4285 (47%)
9.027
11.176
5.      Matelandia
11612(72%)
4465 (28%)
16.077
17.943
6.      Medianeira
37403 (89%)
4427 (11%)
41.830
46.198
7.      Missal
5420 (52%)
5054 (48%)
10.474
10.702
8.      Ramilandia
2043 (49%)
2091 (51%)
4.134
4.451
9.      Santa Helena
12596 (54%)
10829 (46%)
23.425
26.490
10.  Santa Terezinha de Itaipu
18832 (90%)
2002 (10%)
20.834
23.465
11.  São José das Palmeiras
2412 (63%)
1419 (37%)
3.831
3.654
12.  São Miguel do Iguaçu
16476 (64%)
9279 (36%)
25.755
27.452
13.  Serranópolis do Iguaçu
2322 (51%)
2246 (49%)
4.568
4.495
14.  Vera Cruz do Oeste
6863 (76%)
2110 (24%)
8.973
8.521
TOTAL
385.519
55.449
441.068
460.097

Dimensão eclesial e religiosa
Luzes
a)    Crescimento do número de ações caritativas de serviço à vida, e em alguns lugares também do número de agentes nas pastorais sociais;
b)   Testemunho dos cristãos leigos e leigas nos conselhos de direito e em ações humanitárias;
c)    Investimento em ações missionárias, visitação e acolhimento dos afastados;
d)   Organização das comunidades a partir dos Conselhos Pastorais e da setorização;
e)    Iniciativas para continuidade da participação dos adolescentes no pós-crisma;
f)    Presença de outras religiões e crenças que geram conflitos e influenciam no modo de vida das pessoas.

Sombras (implicações, desafios para a evangelização)
a) Um dos desafios é o crescimento de novas comunidades, que não assumem a realidade da igreja local, pois vêm com uma organização e carisma já prontos;
b) Dificuldade de formação de lideranças, pessoas não querem sair de casa;
c) Na cidade, difícil acesso aos condomínios, prédios, regiões periféricas;
d) Enfraquecimento das pastorais e crescimento dos movimentos e eventos de massa, muitas vezes sensacionalistas e sectários;
e) Muitos projetos e prioridades pastorais não saem do papel, por falta de objetividade, de encaminhamentos práticos ou de pessoas que os assumam;
f)    Pluralidade cultural e religiosa que acaba entrando na igreja com as pessoas que passam a integrar as comunidades católicas.

dimensão social, cultural e familiar
Luzes
a) Maior valorização da individualidade e exercício dos direitos humanos, com respeito aos direitos dos grupos mais vulneráveis;
b) Acesso democrático às novas tecnologias de comunicação;
c) Maior acesso a informações, vida social, universidades e outros centros educacionais;
d) Novas possibilidades para comunicação e interação entre as pessoas, comunidades e grupos;

Sombras (implicações, desafios para a evangelização)
a) Cresce o número de situações de fragilidade humana, perda do sentido da vida, com muitas situações de relacionamentos frustrados, desejos não satisfeitos na convivência; crise familiar, modelos não convencem mais; falta de atenção e até abandono de crianças, adolescentes e idosos;
b) Muitos jovens vivem longe da família, de suas raízes, perdem referências, muitos vão para os grandes centros; enquanto nas cidades pequenas permanecem muitos idosos e aposentados;
c) Existe desigualdade social, econômica e cultural: pessoas indo estudar e trabalhar fora do país, muitos estrangeiros com dificuldades de adaptação aqui; ainda falta um trabalho mais sistemático com os imigrantes; crescimento no número de pobres e das periferias existenciais; algumas famílias ainda permanecem em áreas rurais, e outras são forçadas ao êxodo rural, com concentração das propriedades rurais; muitos trabalhadores precisam fazer grandes deslocamentos para encontrarem trabalho, com jornadas geralmente muito extensas;
d) Pensamento e atitudes de polarização e intolerância, que geram inúmeras situações de violência;
e) É comum o uso de termos rotulados, chavões, mas que não chegam ao concreto da vida das pessoas;
f) Questão indígena gera conflito de interesses e polarização das opiniões;
g) Insegurança nas áreas de fronteira;
h) Nos 13 municípios de “interior” a um forte acento na agropecuária de integração – suínos e aves – que amarram as pessoas e impõe restrições de horários para participação nas atividades comunitárias.

Passos dados na IVC e Missionariedade
Iniciação à Vida Cristã
·      Criação da Pastoral Familiar em algumas paróquias e reanimação em outras, aprofundando os processos de acompanhamento personalizado;
·      Encontros formativos com os pais dos catequizandos;
·      Retiros para os pais dos catequizandos; celebrações dos ritos de passagem (RICA);
·      Fortalecimento dos grupos de família;
·      Formação da Equipe Pedagógica; formação para catequistas, catequese de adultos;
·      Adaptação dos espaços físicos para a catequese, numa perspectiva catecumenal;
·      Cursos bíblicos; estudo dos documentos da Igreja;
·      Conselhos comunitários – estudo e discussão do tema da IVC nas reuniões;
·      Organização do início da catequese em consonância com o ano litúrgico, contribuindo com a experiência da Iniciação a vida Cristã;
·      Aproveitamento do roteiro dos grupos de família para um encontro que esclarece a IVC;
·      Mobilização, organização e motivação da Pastoral do Adolescente;
·      Crescimento da catequese com adultos;
·      Várias iniciativas de cultivo da espiritualidade em geral: a) Retiros Paroquiais e dos movimentos buscando uma espiritualidade querigmática e mistagógica para todas as lideranças, criando um verdadeiro processo de Iniciação à vida cristã; b) ABSCAMPING (acampamento para adolescentes), GAUDIUM (espécie de gincana com os catequizandos, formando uma cultura vocacional e de unidade entre as pastorais), COLORINDO, (dia das crianças onde toda a comunidade está envolvida formando uma consciência de pastoral de conjunto e um olhar para com as crianças carentes da comunidade)


Missionariedade
·      Visita aos doentes realizada pelos MESCs e às famílias com enfermos e idosos pela pastoral do idoso;
·      Visitas às famílias, criação da pastoral da visitação e da acolhida;
·      Setorização nas paróquias e, a partir disso, missão popular;
·      Fortalecendo as diaconais e formando novos grupos.
·      As paróquias têm fomentado um espirito acolhedor, missionário e evangelizador, além de estarem surgindo novas vocações, principalmente diáconos ou candidatos ao diaconato permanente, foi dado continuidade na setorização, implantando os envelopes do dizimo;
·      Uma maior participação no COMIDI criando em algumas paróquias o COMIPA;
·      Motivação e expansão da IAM;
·      Também foi motivado a formação referente à Doutrina Social da Igreja para os leigos;
·      Iniciou-se um trabalho com os estudantes da Unila e também com os que vieram estudar medicina no Paraguai.
·      Motivação e compromisso para a criação dos núcleos paroquiais da Cáritas;
·      Cresce em várias paróquias o compromisso e envolvimento com o Conselho de Leigos;
·      Fortalecimento da Pastoral Social e encontros regulares para as famílias atendidas pela Pastoral Social com temas específicos;
·      Semana da Família como espaço de ações em favor da família em âmbito eclesial, mas também como relacionamento ecumênico e com o poder público (lei municipal que institui a Semana da Família).

São Paulo VI perguntava a seus contemporâneos: “Até que Ponto e como é que essa força evangélica está em condições de transformar verdadeiramente o homem deste nosso século? Quais os métodos que hão de ser seguidos para proclamar o Evangelho de modo que a sua potência possa ser eficaz?” (EN 4).
            Certamente, a provocação de São Paulo VI continua a nos interpelar e nos convidar a repensar nossa ação evangelizadora na Diocese de Foz do Iguaçu. Somos conclamados a conversão pastoral e missionária para que o Evangelho de Cristo seja anunciado com alegria, acolhido com entusiasmo e vivido com magnanimidade.
Sejamos profetas, e neste novo tempo, “a profecia não se dá apenas pela denúncia, embora seja fundamental hoje mais do que nunca, mas também pelo anúncio de um jeito novo de ser e de viver. Os rumos são os mais bonitos, basta a gente entrar nesta história e caminho” (Pe. Manoel de Oliveira Filho, membro da comissão de redação).
Por fim, é imprescindível retornar as perguntas iniciais com destaque a algumas questões: Para onde queremos ir? Para onde Deus nos convida a caminhar? Que Igreja queremos ser na Diocese de Foz do Iguaçu? Que rosto de Igreja Deus está nos convidando a ser em Foz do Iguaçu?


[1] MIRANDA, Mario de França. A Igreja em Transformação, p. 18.

Nenhum comentário:

Postar um comentário