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PARÓQUIA
SANTO ANTONIO
Santa Helena, 10 de agosto de
2015.
USO DA TRIBUNA NA CÂMARA DE
VEREADORES DE SANTA HELENA
Semana da família 2015
O amor é a nossa missão: a família plenamente viva
1.
O
QUE É A SEMANA DA FAMÍLIA
A
Semana Nacional da Família foi criada a 23 anos (1992). Ela acontece todos os
anos e tem a finalidade de refletir, rezar e auxiliar as famílias na vivência
diária da fé e na superação dos obstáculos comuns ao nosso tempo, que atentam
contra os valores da família.
Neste ano a Semana Nacional da Família acontece de 08 a 16 de agosto e tem como
tema "O amor é nossa missão - a
família plenamente viva".
O papa São João Paulo II ressalta
que a família é o berço da humanidade, o santuário da vida. Sem ela é impossível
criar uma sociedade justa e fraterna, pois uma sociedade nova supõe homens
novos.
O tema deste ano expressa e manifesta o desejo inscrito no coração da
grande maioria de homens e mulheres sobre a face da terra que não sabem viver
sem o amor: o amor que é compromisso com o outro, em especial entre um homem e
uma mulher, e aberto a acolher novas vidas.
O homem e a mulher se realizam no
amor. No entanto, circulam nos meios de comunicação e nos diversos ambientes
imagens deformadas e reduzidas do amor. Este se limita a expressões de afetos,
sentimentos e instintos, ignorando a extraordinária beleza que o amor adquire
quando é vivido como dom sincero e total de si para o bem e a felicidade do
outro. Famílias que vivem esta qualidade do amor são plenamente vivas e, assim,
documentam que a família é o melhor caminho para encontrar o verdadeiro amor,
fonte inesgotável de alegria e de realização.
A semana deve
mobilizar e contagiar toda a Igreja, afinal, é a família o espaço adequado e
propício para as relações mais significativas do ser humano, a formação de
valores e de condutas e a transmissão da fé como fundamento para uma vida feliz
e realizada.
A Igreja deve
ser para a família fonte de luz e irradiadora da sabedoria divina,
respeitando-a e garantindo a sua sacralidade. Esta semana visa:
·
incentivar o crescimento sempre maior da
espiritualidade conjugal e familiar, tornando o lar o lugar de se viver com
coerência e transparência a vida cristã;
·
preservar a família como santuário da vida,
valorizando o ser humano em todas as etapas e estágios da vida, desde a
concepção até a morte natural;
·
despertar a família para sua missão sagrada,
insubstituível e inalienável de educadora, de escola onde se aprendem e
experimentam os valores humanos e evangélicos, preparando as novas gerações
para o matrimônio;
2.
POR QUE
ESTAMOS AQUI?
A Campanha da Fraternidade de 2015
tem como tema: "Fraternidade - Igreja e sociedade". O tema foi
proposto porque o Concílio Vaticano II (1962-1965) constitui para a Igreja o
marco inicial de uma caminhada de diálogo amplo e afetuoso com o mundo moderno,
a fim de que a comunidade dos discípulos
e discípulas missionários de Jesus seja sinal e instrumento para a comunhão com
Deus e a unidade de todo o gênero humano, seja cooperadora da verdade e do bem
comum.
A sociedade, com o seu dinamismo e
pujança, continua a proporcionar alegrias e tristezas, interrogações e
apreensões, as quais precisam ser conduzidas pelo processo de evangelização
àquele que, com a sua entrega total, faz nascer uma esperança inquebrantável.
A CF-2015 tem o objetivo de
aprofundar, à luz do evangelho, o diálogo e a recíproca colaboração entre a
Igreja e a sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II a fim de melhor servir o povo
brasileiro no atual momento e contribuir para a edificação do reino de Deus.
Essa relação requer justa compreensão, para que o diálogo e a recíproca
cooperação resultem em intercâmbio salutar.
Do ponto de vista da Igreja, trata-se de uma relação em duas
vias: a Igreja serve a sociedade de várias maneiras e dela aprende e se
enriquece. Pois a sociedade, em seu dinamismo, não só desconstrói ou destrói,
mas apresenta releituras e reinvenções do viver, benéficas às pessoas e à
própria Igreja. E precisamos dessa perspectiva, colhida no Concílio Vaticano II
(cf. GS 44), visto que o Deus que anunciamos se encarnou entre nós, na
história, com o intuito de levar a humanidade a superar as situações de morte e
construir caminhos de justiça, fraternidade e paz.
A Campanha da Fraternidade vem recordar-nos
que a Igreja, embora tenha preocupações com sua estrutura interna, doutrina,
edificações etc., não existe para si mesma. Por isso, como Igreja, reafirmamos
a disposição e o compromisso de servir a sociedade brasileira e ajudá-la em seu
desejo de superar suas contradições e feridas e construir relações e estruturas
justas em benefício de todos.
Por
isso estamos aqui:
·
Porque há a necessidade de
cultivar os valores da família;
·
Porque está acontecendo toda a
mobilização que a comunidade santahelenense realizará (foram abordados mais de mil pessoas);
·
Porque existe uma lei municipal Nº 2349
(15 de julho de 2014) que institui a semana da família no município de Santa
Helena que diz no seu "Art 3º -
O município realizará através do Poder
Público, ações para integrar a família santahelenense, realizando palestras,
atividades de lazer, cultura e cidadania, objetivando destacar os valores
morais e éticos";
·
Porque queremos partilhar nossa
preocupação e abrir espaço de diálogo: A família atravessa uma crise cultural
profunda, como todas as comunidades e vínculos sociais. No caso da família, a
fragilidade dos vínculos reveste-se de especial gravidade, porque se trata da
célula básica da sociedade, o espaço em que se aprende a conviver na diferença
e a pertencer aos outros e no qual os pais transmitem a fé aos seus filhos. O
matrimonio tende a ser visto como mera forma de gratificação afetiva, que se
pode constituir de qualquer maneira e modificar-se de acordo com a
sensibilidade de cada um. Todavia, a contribuição indispensável do matrimonio à
sociedade supera o nível da afetividade e o das necessidades ocasionais do
casal. Ele não provém "do
sentimento amoroso, efêmero por definição, mas da profundidade do compromisso
assumido pelos esposos que aceitam entrar numa união de vida total". (EG
66)
3.
IMPORTÂNCIA da família para sociedade
A família é a primeira comunidade
de vida criada por Deus e é a primeira experiência de relacionalidade que um
ser humano tem a oportunidade de viver quando é chamado à vida, desde a sua
concepção. E primeira não só no tempo, como também em importância. É ali que o
amor deve ser experimentado de fato. É ali que a convivência, que o respeito,
que o diálogo, que o perdão devem ter seu espaço privilegiado na formação da
personalidade de todos os seus membros. É ali que a verdadeira educação deve
acontecer. É ali que não apenas se ensinam atitudes e posturas, mas sobretudo
os valores fundamentais da vida, e o maior deles que é o Amor. E se, em muitos
casos, tudo isso não acontece somos chamados a recuperar com urgência essa
centralidade. Isso não quer dizer voltar a um modelo do qual tenhamos saudades
e que parecia dar conta de todas essas necessidades. Isso é saudosismo vazio
que não ajuda a crescer. É preciso estreitar os vínculos novamente, cultivar o
gosto de estar juntos e “gastar” tempo com o outro, desafiar a realidade atual
consumista (vale pelo que consome), materialista (vale pelo que tem),
utilitarista (usa enquanto está bom, serve enquanto produz), individualista
(faço só o que é bom pra mim porque eu tenho que ser feliz), que só aceita
compromissos leves, empobrecendo, assim, os relacionamentos. É a cultura do
provisório que fustiga a todos, que não faz bem. Por isso é preciso dar um
passo à frente. É preciso educar, alfabetizar o coração dos filhos no amor e
para o amor.
CONCLUINDO
* Ninguém é feliz se não vive a
experiência da generosidade; gerar filhos não é mera função reprodutiva, é ser
participante da criação divina
* A verdadeira alegria não vem
das coisas. Nasce do encontro, da relação com os demais, nasce do sentir-se
aceito, compreendido, amado e do aceitar, do compreender e do amar: e insto não
pelo interesse de um momento, mas porque
o outro, a outra é uma pessoa. A alegria nasce da gratuidade de um encontro.
* Por isso pedimos: nunca
deixemos que esses valores fundamentais sejam manipulados por interesses
particulares, partidários, economicos, ideológicos ou sociais. Tenhamos sempre
o bem comum e o cuidado da vida diante de nós para fazermos as escolhas
necessárias. E sempre nos recordemos que somente cumprimos com nossa missão –
Igreja ou poderes públicos – quando assumimos o serviço como prerrogativa
primeira como ensinava Jesus "Eu vim para que todos tenham vida, e vida em
abundância" (Jo 10,10). Somos todos operários para "uma família
plenamente viva".
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